O enquadre analítico e o trabalho de somatização: entre desobjetalização e reintricação masoquista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sobral, Pedro Marky
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-06092022-095224/
Resumo: A presente pesquisa objetiva investigar os movimentos de intricação e desintricação pulsional no trabalho clínico com pacientes somatizadores, com ênfase no papel do enquadre analítico enquanto regulador desses movimentos. O modelo da psicossomática psicanalítica, proposto por Pierre Marty, serve como principal referência para a nossa compreensão do psicossoma e dos processos de somatização. Entende-se, no entanto, que a teoria clássica da psicossomática não pode atuar como referência única para este estudo, o que nos leva a buscar fundamentação na metapsicologia freudiana e nos diálogos estabelecidos entre os psicossomaticistas e outros analistas, como André Green e Benno Rosenberg. Acompanhado por um caso clínico, o conceito de trabalho de somatização, apresentado por Claude Smadja, orienta-nos a contemplar dois tempos distintos que conduzem ao surgimento da doença somática: o tempo do desligamento, ou desobjetalização, e o tempo da reorganização pela via da doença ou de seu tratamento. Sugerimos que, nas análises de pacientes somatizadores graves, observa-se uma transição entre dois eixos de funcionamento psíquico, que batizamos polo operatório e polo limite. Com o desenvolvimento da pesquisa, concluímos que a destrutividade opera de maneira específica nos casos de somatização, favorecida pela fragilidade do masoquismo erógeno. Por fim, examinamos de quais maneiras a instalação do enquadre permite o desdobramento do processo analítico para esses pacientes, destacando a possibilidade da reintricação pulsional pela via do sadomasoquismo