Vozes impressas: a reforma de 1920 em pauta na imprensa paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mathieson, Louisa Campbell
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-07082017-161218/
Resumo: O analfabetismo da população nas primeiras décadas do século XX foi tomado como grave problema político-social. Para combatê-lo com exíguos recursos, a Reforma da Instrução Pública de São Paulo de 1920, estruturada por Antonio de Sampaio Doria, propôs a redução da duração do ensino primário de quatro para dois anos, de modo a ampliar o número de vagas. Essa medida viria a ser lembrada pela história da educação brasileira como a marca da reforma, juntamente com a ideia de que ela teria sido amplamente refutada. Para averiguar a movimentação que a Reforma de 1920 gerou em sua época, tivemos por objetivo principal acompanhar sua repercussão em jornais paulistas entre maio de 1920 e maio de 1921, analisando o jogo de forças de apoio e oposição. Tomamos a imprensa como força ativa da conjuntura, criando sentidos e promovendo a interpolação entre Estado e sociedade civil, dando a ver as disputas cotidianas que a reforma enfrentou e produziu. A partir da teoria do agendamento, observamos a construção da pauta em torno da reforma ao longo de várias semanas. Nossas fontes principais são edições dos diários Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e Jornal do Commercio, edição de S. Paulo, eventualmente complementadas por A Platéa, A Gazeta, Diario Popular e O Combate. A tese acompanha a pauta da imprensa, com enfoque em três temas: o recenseamento escolar, a constitucionalidade do Projeto de Lei n.º 47 de 1920 e as conferências proferidas por Sampaio Doria. A reforma recebeu dos órgãos da imprensa tratamento variado, ora polêmico, ora sensacionalista, ora eminentemente jurídico. Também as vozes impressas nos jornais mereceram cuidados distintos, como as opiniões de jurisconsultos e as emanadas de educadores. Embora a Reforma de 1920 tenha sido alvo de polêmicas, a análise deste corpus permite aferir que, no que tange à imprensa, a oposição não foi unânime, tampouco proveniente do campo educacional.