Purificação e caracterização da trealase de Chaetomium termophilum var. Coprophilum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Almeida, Elzira Maria de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-13122024-162722/
Resumo: Neste trabalho foi isolada a trealase micelial do fungo filamentoso termófilo Chaetomium thermophilum var. coprophilum. O organismo foi cultivado por 72 horas a 40ºC sob agitação constante em meio suplementado com amido 1%. A trealase foi purificada por cromatografia de troca iônica em coluna de DEAE-Sephacel e cromatografia em coluna de Octil-Sepharose, obtendo-se um grau de purificação de cerca de 348 vezes com um rendimento de 32,61%. A trealase de Chaetomium é composta de duas subunidades idênticas de massa molecular de 100 kDa, exibe um pl de 3,9, e tem glicina como resíduo amino-terminal. C. thermophilum não secreta trealase no meio de cultura, mas cerca de 39% da atividade foi localizada no periplasma. O pH e temperatura ótimos de atividade da trealase purificada foi de 6,5 e 55ºC respectivamente. A atividade enzimática foi ativada por Ca2+ e Mn2+ e inibida por EDTA, ADP e ATP. O tratamento da trealase purificada com Ca2+ em soluções aquosas, reduziu a termoestabilidade da enzima. Como apenas a atividade de trelalase não regulatória foi encontrada em extratos de C. thermophilum, nós estudamos o efeito do choque térmico nos níveis de glicogênio e trealose. A trealose foi acumulada durante o choque térmico (30 minutos a 56ºC) e degradada quando as células foram reincubadas à temperatura de crescimento normal (40ºC). No entanto, o acúmulo de trealose durante o choque térmico foi dependente de uma incubação prévia a uma temperatura menor do que a ótima de crescimento (3 horas a 25ºC), antes do estresse térmico. O aumento no nível de trealose poderia estar relacionado à termotolerância adquirida, que é responsável pela manutenção da integridade celular durante o choque térmico. Por outro lado, um grande aumento no nível de glicogênio só foi observado em culturas incubadas durante um longo período (3 horas) a uma menor temperatura (25ºC). O acúmulo de glicogênio a temperaturas menores poderia estar relacionado à disponibilidade de substrato, uma vez que, nesta temperatura, o crescimento é praticamente nulo. Logo, a mobilização de trealose e glicogênio são eventos relacionados com termotolerância e controle dos níveis de glicose, respectivamente. A trealase micelial de C. thermophilum foi classificada como uma trealase ácida não regulatória, ativada por Ca2+ e Mn2+ e inibida por ATP, propriedades comuns compartilhadas por trealases ácidas de outros fungos termofílicos. Estas características sugerem a necessidade de se criar um novo grupo de trealases ácidas provenientes de fungos filamentosos termófilos.