A medida indireta da pressão arterial: o que se recomenda e o que se pratica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Araujo, Celia Regina Farias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18052023-162753/
Resumo: Este estudo teve como objetivo avaliar como os profissionais da área de saúde realizam o procedimento da medida indireta da pressão arterial, segundo as recomendações do III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (1998). Observaram-se 155 procedimentos da medida indireta da pressão arterial executados por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem) da Unidade de Clínica-Médica (enfermarias de Cardiologia) de um hospital público, que inicialmente desconheciam que estavam sendo observados. A coleta de dados foi realizada no decorrer do período de 17/10/2001 a 07/11/2001. Utilizou-se um \"check-list\" com 18 itens relacionados ao procedimento da medida indireta da pressão arterial, com base nas recomendações do III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (1998). O estudo mostrou que 98,1% fizeram uso do esfigmomanômetro de mercúrio e 1,9% do aneroide. Quanto à escolha do membro, 21,3% escolheu o membro superior direito, 78,1% o membro superior esquerdo. Quanto às posições adotadas pelos pacientes, durante o procedimento da medida, 36,1% estavam sentados e 63,9% deitados. Quanto ao fator de escolha do membro, 68,4% foi casual e 31,6% houve um fator motivador. Cinco itens apresentaram altíssima frequência de procedimento inadequado: o item 3 (indaga o valor habitual da pressão arterial) em 99,4%; o 4 (determina o nível máximo de insuflação através da palpação) em 96,8%; o 5 (coloca o manguito no centro) em 83,2%; o 12 (solicita o paciente para não conversar durante a medida) em 91,6% e o 14 (informa o valor encontrado) em 79,4%. Em relação à colocação do manguito no local adequado, 99,4% posicionaram corretamente. Conclui-se que nem todas as etapas do procedimento da medida indireta da pressão arterial sugeridas pela recomendação do III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (1998) têm sido seguidas pelos profissionais de saúde, levando a um comprometimento dos valores de pressão arterial obtidos. O que remete aos Enfermeiros à necessidade de investir na educação continuada de sua equipe para obter valores de pressão arterial precisos. Informar e motivar a equipe quanto à necessidade de mudanças de atitudes durante os cuidados prestados durante a realização da medida indireta da pressão arterial contribuirá sem dúvida para uma melhor qualidade da assistência relacionada à detecção precoce e controle da hipertensão arterial.