Estudo da expressão de proteínas de fissão mitocondrial, do mecanismo de ação do receptor serpentino 12, e da azitromicina como componente de terapias combinadas contra cepas multirresistentes de Plasmodium falciparum.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pereira, Pedro Henrique Scarpelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-17052024-173259/
Resumo: Nesta tese abordamos tópicos importantes para conhecimento de aspectos moleculares que regulam o desenvolvimento do Plasmodium falciparum, agente etiológico da malária. Para isto, estudamos três genes que codificam proteínas homólogas às de mamíferos FIS1 e DRP1 envolvidos na fissão mitocondrial. Estas proteínas possuem um padrão distinto de expressão ao longo do ciclo eritrocítico de P. falciparum e são moduladas pelo hormônio hospedeiro melatonina. O nocaute do gene da Proteína Quinase 7 (PfPK7) resulta em alterações na expressão dos genes de fissão mitocondrial, e a perda da modulação por melatonina. Comparamos as características morfológicas e as propriedades de consumo de oxigênio de mitocôndrias de P. falciparum em parasitas do tipo selvagem e linhagens PfPK7-. As características funcionais da mitocôndria são alteradas em parasitas PfPK7-, sugerindo que essa enzima desempenha um papel no controle da morfogênese mitocondrial e maturação durante a progressão do ciclo celular. Outro aspecto investigado visou identificar o ligante e modo de ação do receptor serpentino 12 de P. falciparum (PfSR12). Nossos dados indicam que há um aumento da concentração citosólica de cálcio em células HEK293 transfectadas com PfSR12 com a adição de trombina, e essa sinalização é dependente da via de sinalização envolvendo a proteína G pertencente à família Gq/11. Utilizando biosensores baseados em BRET, demonstramos a formação de DAG e atividade da PKC no processo de ativação do PfSR12 por trombina. No entanto, nossos dados indicam que a transfecção do PfSR12 leva a um aumento do número de receptores endógenos presentes nas células HEK293 e, portanto, a sinalização observada pode não ser devida ao PfSR12. Por último, investigamos uma questão importante relacionada ao tratamento de parasitas multirresistentes de P. falciparum. Relatamos a avaliação da azitromicina (AZ) como candidata à terapia combinada com outros antimaláricos em cepas multirresistentes. Os ensaios mostraram que as linhagens multirresistentes mais resistentes à AZ do que as linhagens sensíveis. Isobologramas mostraram evidência de antagonismo quando a AZ foi testada em combinação com piperaquina, cloroquina e dihidroartemisinina em cepas sensíveis ao AZ. Nossos dados fornecem evidências in vitro de que o AZ não seria útil no tratamento da malária em regiões onde estão presentes parasitas multirresistentes.