Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Afonso, Joy Nascimento |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-03082011-140731/
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Resumo: |
O romance Eu sou um Gato, do escritor japonês Natsume Sôseki, publicado entre 1906 e 1907, é marcado basicamente pela critica ao regime em voga, período Meiji (18681912) no Japão e seus costumes sociais. Entretanto, sua construção baseia-se em técnicas pouco utilizadas na época, pois o autor mescla influências dos romances naturalistas ocidentais à tradição oral e teatral do período Edo (1600-1867), a fim de descrever o período em que o homem transitava entre o antigo e o moderno. O autor se baseia, assim como sugere o título, no ponto de vista de um gato pedante e possuidor de uma linguagem aforística, que analisa o ser humano frente aos problemas do seu cotidiano, revelando seu caráter, seus vícios e segredos. Sugerindo que ao olhar para o íntimo do homem, encontramos também as mudanças sociais: a introdução do capitalismo e dos hábitos ocidentais, ainda alienígenas ao povo oriental, era ao mesmo tempo, discutida e porque não criticadas. Verificamos essas nuances desde a estrutura da obra, que mescla influências do conto e da novela, dando origem a uma voz narrativa polifônica e dialógica: o gato. Ele é a voz que narra e porque não escreve também a história, apesar de não possuir nem mesmo nome. Sua voz se alterna conforme pede a situção e durante o decorrer da obra, sua figura de inicio é um simples gato, se transforma em um ser monstruoso, fundamentado nas grandes figuras mitológicas e literárias de outros felinos. Tanto o gato quanto as outras personagens da obra utilizam-se de uma linguagem irônica e satírica revelando uma crítica sutil à sociedade de Meiji. Entretanto, para que esta linguagem surta o efeito desejado há o emprego do cômico e da paródia como apoio para a censura dos hábitos sociais. O cômico favorece o rir de si mesmo e das falhas humanas e a paródia faz alusão a uma desconstrução da literatura, visto que as estruturas sociais estão desgastadas e há algo que ainda precisa ser dito. A obra em questão é, em suma, uma grande afirmação de que a sociedade não está conformada com o que há. |