A doença vascular do enxerto diagnosticada pela tomografia computadorizada de múltiplos detectores como preditora de eventos maiores em pacientes submetidos a transplante cardíaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Candia, Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-15072014-101449/
Resumo: A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma condição em que o coração não consegue bombear o sangue de acordo com as necessidades metabólicas dos tecidos. Quando a ICC entra em seu estágio final, já refratária ao tratamento medicamentoso, ou outras opções terapêuticas, o transplante cardíaco constitui-se em medida salvadora destes pacientes. Após o primeiro ano de evolução do procedimento, a doença vascular do enxerto (DVE) é a complicação mais temida nestes pacientes. Esta doença caracteriza-se por aterosclerose acelerada, com acometimento concêntrico do vaso, predominando nos terços médios e distais. Sintomas isquêmicos geralmente não estão presentes devido ao coração denervado destes pacientes. Daí a importância em se ter um método com boa acurácia e que possibilite o diagnóstico da DVE em seus estágios iniciais, que, muitas vezes, não é demonstrado pela cineangiocoronariografia (CINE). O nosso trabalho teve como objetivo avaliar se o diagnóstico da DVE pela tomografia computadorizada por múltiplos detectores (TCMD) foi preditor de eventos maiores, definimos como: morte súbita, infarto, angioplastia, queda da fração de ejeção e retransplante. Em nossa amostra, selecionamos 59 pacientes transplantados que tinham sido submetidos à TCMD por indicação clínica. Encontramos idade média de 49 anos ± 11,36 anos e tempo médio de transplante na realização da TCMD de 82,67 ± 36,38 meses. A prevalência de hipertensão (HAS) foi de 59,32%, dislipidemia (DLP) 57,63% e diabetes mellitus (DM) 33,90%. Em relação à etilogia da ICC dos receptores, em primeiro lugar, tivemos doença isquêmica com 38,98%, seguida por doença chagásica com 33,90% e por miocardiopatia dilatada idiopática com 13,56% da amostra. Desta população, um subgrupo de 41 pacientes, além de ter feito a TCMD, fez também a CINE. A comparação dos dois métodos mostrou sensibilidade de 100%, especificidade de 77,27%, valor preditivo positivo (VPP) de 46,34% e valor preditivo negativo (VPN) de 100%. Os resultados mostraram que a presença de DVE pela tomografia foi preditora de eventos maiores no seguimento destes pacientes com significância estatística p 0,001. Outras variáveis analisadas que também tiveram impacto significativo foram escore de cálcio positivo (p< 0,05), piora da classe funcional na evolução para classe II e III, e os receptores que tinham o diagnóstico prévio de miocardiopatia dilatada. Concluímos que a TCMD é um exame que tem boa acurácia diagnóstica na DVE, podendo a CINE ficar restrita aos casos duvidosos. Além disso, alterações deste exame são preditoras de eventos adversos. O escore de cálcio e a piora da classe funcional também foram preditores de eventos.