Loucura como metáfora: uma leitura da ficção de Maura Lopes Cançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cardoso, Francine Jallageas de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-19122024-122559/
Resumo: Esta tese de doutorado realiza um estudo de alguns dos contos que compõem o livro O sofredor do ver, de Maura Lopes Cançado (1929-1993), publicado em 1968. São eles: \"Espiral ascendente\", \"No quadrado de Joana\", \"Introdução a Alda\", \"Espelho morto\", \"Rosa recuada\", \"Distância\" e \"Pavana\". A hipótese é a de que tais contos enfrentam a temática da loucura, que lhes é comum, a partir de uma dupla perspectiva metafórica: a loucura objeto da psiquiatria e a loucura como enigma produtor de infinitos deslizamentos metonímicos; e fazem isso, sobretudo, mediante um trabalho particular com a linguagem. Alguns dos autores que contribuem, sem proeminência específica, mas com perspectivas decisivas para a leitura dos contos aqui empreendida são: Sigmund Freud (1856-1939), Jacques Lacan (1901-1981), Michel Foucault (1926- 1984), Giorgio Agamben (1942), Georges Didi-Huberman (1953). As principais noções encenadas e em discussão na obra de Cançado que essa pesquisa reconheceu como seu foco são: palavra, metáfora, linguagem, loucura, duplo, reconhecimento, sentido, olhar, sujeito, internamento psiquiátrico. Entre outras, se sobressaem as observações de que, resguardadas as particularidades de cada narrativa, a leitura articulada dos contos enriquece-os mutuamente; as personagens buscam alcançar a consistência discursiva, da qual se veem destituídas, por meio de um solitário e visceral embate com as palavras; figuras reincidentes, tais como a pedra, a rosa, o espelho, sustentam metáforas que buscam dar forma às personagens e seus conflitos, substancializando, mas nunca a contento, o indizível da condição na qual se encontram de apagamento e clausura, manicomial ou não