Identificação de subtipos moleculares baseada  no perfil imunoistoquímico de carcinomas mamários triplo-negativos em mulheres com idade até 45 anos e sua distribuição nas diferentes regiões geográficas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oku, Sergio Mitsuo Masili
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-23082016-093500/
Resumo: INTRODUÇÃO: Carcinomas mamários triplo-negativos correspondem ao grupo heterogêneo de neoplasias mamárias caracterizadas pela ausência de expressão dos receptores de estrogênio e progesterona e sem amplificação ou superexpressão do HER2. São mais prevalentes em mulheres jovens e em afrodescendentes. Eles se associam frequentemente ao fenótipo basal-símile determinado geneticamente, entretanto, incluem também outros tipos moleculares intrínsecos. Metodologias de análise genética de novas gerações têm permitido sua estratificação em subgrupos distintos, o que justifica a heterogeneidade clínica deste grupo de neoplasias. A identificação desses subgrupos através de marcadores imunoistoquímicos de aplicação prática ainda é pouco explorada, embora seja uma ferramenta promissora na sua estratificação e determinação de alvos terapêuticos. OBJETIVOS: Nosso objetivo é explorar os perfis imunoistoquímicos dos carcinomas mamários triplo-negativos em mulheres com idade até 45 anos e investigar possíveis diferenças entre as cinco regiões geográficas brasileiras. MÉTODOS: Selecionamos 118 amostras de tumores de pacientes com idade até 45 anos, com carcinoma invasivo, blocos de parafina disponíveis e perfil imunoistoquímico triplo-negativo, procedentes das cinco regiões geográficas. Estes casos foram revisados quanto à determinação de tipo e grau histológico e as seguintes características anatomopatológicas: contorno do tumor, presença e fração do componente \"in situ\", embolização vascular peritumoral, tipo e grau da reação estromal, presença de necrose tumoral e formação de túbulos pela neoplasia. Foram selecionadas áreas representativas do tumor para construção de blocos de microarranjos de tecido para estudo imunoistoquímico. Foram pesquisados os seguintes marcadores: citoqueratinas basais 5/6 e 14, citoqueratinas luminais 8 e 18, receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR ou HER1), receptor de androgênio, e-caderina, catenina-beta, claudinas 3, 4 e 7, vimentina, actina de músculo liso, p63, ALDH1 e Ki-67. De acordo com a expressão dos marcadores, os tumores foram classificados nos subgrupos basal-símile (expressão de citoqueratina basal 5/6 e/ou EGFR-positivo), claudina-baixo (claudinas e e-caderina-negativos), mesenquimal (vimentina-positivo), apócrino (receptor de androgênio-positivo), mioepitelial (p63 ou actina de músculo liso positivos), com perfil de células tronco (ALDH1 positivo), ou indefinido (padrões negativo para todos os marcadores). Nestes subtipos, a atividade proliferativa foi analisada através da expressão de Ki-67. As neoplasias provenientes das cinco regiões geográficas foram comparadas quanto às características histológicas e perfis imunoistoquímicos. RESULTADOS: A idade das pacientes variou de 26 anos a 45 anos ( média 38,3 +/-4,9 e mediana de 39 anos ). O tipo histológico mais frequente foi o carcinoma de tipo histológico não especial (107/118 casos; 90,7%). Observamos maior proporção de carcinomas de alto grau nas regiões nordeste, sul e sudeste. Os marcadores imunoistoquímicos não mostraram diferenças nas frequências entre as diferentes regiões geográficas. Observamos baixa atividade proliferativa determinada pela expressão do Ki-67 nos subgrupos com expressão do receptor de androgênio (apócrino) e sem expressão de vimentina (padrão não mesenquimal). Os tumores da região Nordeste, Sul e Sudeste apresentaram maior atividade proliferativa. Tumores ricos em linfócitos intratumorais apresentaram menor expressão de marcadores basais e do perfil basal-símile. CONCLUSÕES: Os subtipos moleculares determinados através da expressão imunoistoquímica não mostraram diferenças nas frequências entre as diferentes regiões geográficas. Os tumores das regiões Nordeste, Sul e Sudeste apresentaram maior atividade proliferativa. Os carcinomas ricos em linfócitos intratumorais apresentaram frequência menor do perfil basal