Avaliação da capacitação de profissionais de saúde na área de reabilitação auditiva via teleducação: ênfase em crianças de zero a três anos de idade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferreira, Karina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-08122021-103112/
Resumo: O ritmo da evolução do conhecimento e tecnologias aplicadas na área reabilitação das deficiências auditivas torna necessária a constante atualização profissional. O ensino à distância (EaD) caracteriza uma importante estratégia para a educação permanente em saúde. O Curso de Especialização à Distância Habilitação e Reabilitação Auditiva em Crianças (CEDHRAC) teve como objetivo a capacitação de fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas atuantes nos serviços de reabilitação auditiva que compõe a rede de cuidados à pessoa com deficiência. O presente este estudo teve como objetivo avaliar o CEDHRAC no que tange à reação dos estudantes frente ao curso e estratégias de aprendizagem utilizadas pelos mesmos, assim como o suporte recebido para transferência do treinamento no ambiente de trabalho e o impacto do curso no trabalho. Além disto foram verificadas as relações entre estes diferentes níveis de avaliação. Para responder a estes objetivos são apresentados dois manuscritos. Manuscrito 01: Estudo longitudinal, quali-quantitativo. Dos 105 alunos regularmente matriculados no CEDHRAC, 90 preencheram instrumentos de avaliação de reação aos diferentes núcleos temáticos quanto aos aspectos de conteúdos e atividades, tutores, professores, comunicação visual nos materiais didáticos, e habilidades técnicas e de navegação, além do instrumento de autoavaliação (assiduidade, pontualidade, autonomia, envolvimento, colaboração e desempenho geral). As respostas foram dadas em uma escala Likert de 5 pontos, sendo que pontuações maiores estavam associadas a melhores resultados. A análise temática dos comentários dos participantes também foi realizada. A taxa de evasão do curso foi de 9,5%. Em ambos questionários as pontuações médias obtidas estavam próximas de cinco e foram significativamente maiores (p=0,00) do que o ponto médio da escala, demonstrando que a percepção do aluno frente ao próprio desempenho e quanto aos atributos do CEDHRAC foram positivas. A análise qualitativa confirmou tais achados e também os complementou, na medida em que foram apontadas algumas necessidades de melhorias, em particular na carga horária, construção de materiais didáticos e usabilidade do ambiente virtual de aprendizagem. Manuscrito 02: Estudo quantitativo. Foram avaliados 116 indivíduos, sendo 85 alunos do CEDHRAC e 31 gestores dos serviços onde o participante tinha vínculo empregatício. Imediatamente ao término do curso foram avaliados os componentes: reação ao curso, suporte à transferência de treinamento e estratégias de aprendizagem. A escala de reação ao curso é composta por 24 itens que se agrupam em dois fatores: REARES (reações aos resultados, aplicabilidade e expectativas de suporte) e REAPRO (reação à programação e ao apoio). A escala de suporte à transferência de treinamento composta de 22 afirmativas, contendo as dimensões do suporte psicossocial (fatores situacionais de apoio e as consequências associadas ao uso das novas habilidades) e o suporte material à transferência de treinamento. A escala estratégias de aprendizagem composta por 28 itens divididos em sete fatores: controle da emoção, busca de ajuda interpessoal, repetição e organização, controle da motivação, elaboração, busca de ajuda ao material didático, monitoramento da compreensão. Seis meses após o término do CEDHRAC o questionário com 12 itens relacionado ao impacto do treinamento no trabalho foi preenchido por egressos (autoavaliação) e gestores (heteroavaliação). As respostas foram dadas em uma escala Likert de cinco (reação, transferência e impacto) ou 10 pontos (estratégias de aprendizagem), com pontuações maiores associadas a resultados mais favoráveis. A reação dos egressos foi positiva em todos os aspectos avaliados, porém, com pontuação menor quanto ao suporte no trabalho. No suporte à transferência de treinamento a frequência dos fatores situacionais de apoio foi maior do que a das consequências associadas ao uso de novas habilidades (ANOVA, F=6,79; p=0,00; Teste de Tukey, p=0,001). Observaram-se altas pontuações quanto ao impacto do curso no trabalho, não havendo diferença significativa entre a auto e heteroavaliação (t=-0,039670; p=0,968). Verificou-se correlação (Pearson) fraca a moderada, significativa, entre os resultados de reação, suporte à transferência de treinamento e impacto. Diferentes estratégias de aprendizagem foram utilizadas pelos estudantes sendo que as estratégias de elaboração e monitoramento da compreensão, foram utilizadas com maior e menor frequência, respectivamente (ANOVA, F=42,89; p=0,00; Teste de Tukey, p=0,000). Em conclusão, os participantes indicaram satisfação com o curso. O CEDHRAC possibilitou o aprimoramento profissional e reflexões sobre a prática profissional, impelindo o egresso à realização de mudanças no trabalho. Essas avaliações também forneceram aos desenvolvedores do curso informações para melhoria do treinamento e sobre alguns obstáculos que impediam a aplicação das novas habilidades adquiridas no ambiente de trabalho.