Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Buelau, Renata Monteiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-18122013-184631/
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Resumo: |
Desenvolver reflexões sustentadas na possibilidade do estranhamento acerca da adjacência da arte com a vida que partem de diferentes vivências clínicas circunscritas pela prática como terapeuta ocupacional, mas a extravasam por todos os lados. Esse é o enunciado desta pesquisa. A escrita é amparada na construção de narrativas, que intentam produzir enunciados coletivos e favorecer a constituição de um plano de duplo devir, onde ao mesmo tempo em que recria o vivido, o próprio narrador cria-se a si próprio. A seleção das cenas para se colocar em jogo inquietações e encantamentos advindos dos pontos de contato entre uma prática clínica e certos acontecimentos estéticos e/ou artísticos parte de achados da memória que emergem em seu caráter violento e indecifrável, que obriga a vida a transgredir-se a si própria e criar novos campos de alastramento. A exploração do tema parte de dois lugares de enunciação e ancoragem, apresentados como Plataforma Arte e Estação Clínica. A Plataforma Arte se ocupa de percorrer passagens de estado na história da arte que ajudam a pensar a transitoriedade das certezas sobre a produção estética e sua indissociabilidade com acontecimentos de ordem política e social. A história é pensada a partir do ponto de vista de Walter Benjamin, ou seja, como um discurso que é sempre do colonizador, ao que caberia então escovar a história a contrapelo, buscando uma história menor dentro de uma história maior. Trabalhos de artistas, cenas da experiência como monitora da 27a Bienal de São Paulo Como Viver Junto e da prática profissional são mobilizadas para favorecer a construção de um pensamento contemporâneo da arte, entendido como aquele que, em seu caráter estrangeiro, permite a liberação de novas possibilidades da experiência; a escritura de outras histórias. Essa conceituação aproxima-se inevitavelmente de um posicionamento ético-político, o que justifica sua relevância para a pesquisa. A Estação Clínica, por sua vez, passeia por cenas de atendimentos feitos em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de São Paulo e outras advindas de situações cotidianas quaisquer. Os pontos de atenção são aqueles nos quais algo se desencaixa sutilmente do previsto e onde, a despeito das funções institucionalmente designadas, não se sabe mais ao certo quem acompanha quem. Ditos de outros, tais como Barthes, Deleuze, Guattari, Agamben, Blanchot e Walter Mignolo; e conceitos como o silêncio, a delicadeza, o eterno retorno, o acontecimento, a comunidade que vem; comparecem ao longo da pesquisa como amizades que partilham encantos, permitem e acompanham minúsculas conexões que se fazem na tentativa de desobrigar a vida de seus aprisionamentos. Ao invés da linha de chegada, trata-se aqui da declaração e perseguição de um desejo, o qual se delineia a partir do olhar para o que se dá entre elementos estabelecidos e deles desmanda. Trata-se da afirmação da fronteira como lugar onde se pode, eventualmente, experimentar liberações que fortalecem a vida em sua potência de criação de si, e de uma comunidade que vem. |