Avaliações clínica e comportamental de bovinos com acidose ruminal experimental por ácidos graxos de cadeia curta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Minami, Natalia Sáto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-28092018-155428/
Resumo: Objetivou-se adequar modelo de indução de acidose ruminal por ácidos graxos de cadeia curta (ARAGCC), com uso de polpa cítrica (PC), para bovinos mais pesados, assim como avaliar o metabolismo ruminal, alterações comportamentais, clínicas e diagnósticas. Para o primeiro objetivo foram utilizadas três vacas Nelore (544,2 ± 47 kg), com cânula ruminal, e alimentadas, duas vezes ao dia, com 75% de feno e de 25% concentrados. A dose fixa de PC (1,65% do peso vivo) administrada na cânula ruminal gerou inicialmente acidose láctica ruminal e após adequações apurou-se a fórmula (g de PC = Peso corporal 0,75 x 54,7) que provocou adequado quadro de ARAGCC (pH ruminal entre 5,8 e 5,2 com duração mínima de 5h). No 2º experimento foram empregados outros 10 animais da mesma raça, sexo e peso semelhantes, com a mesma alimentação, por no mínimo 45 dias antes da indução, acompanhando-se o consumo de matéria seca (CMS). No dia anterior à indução e nos próximos três dias foram registrados, a cada 5 min, o tempo de ruminação (TR), ingestão de alimentos (TIG) e ócio (decúbito e em estação), assim como o pH ruminal, por meio de bólus intraruminal de mensuração contínua. No decorrer do 1º dia foram coletadas amostras de fluido ruminal, sangue, fezes e urina e realizado exame clínico em oito momentos (zero, 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 24h). Nove horas após o oferecimento matinal dos alimentos foram mensurados os movimentos ruminais (MR) no 2º e 3º dias. O pH ruminal na ARAGCC foi sempre inferior ao período basal, com duração da acidose de 547 ± 215 min, pH mínimo de 5,38 ± 0,16 e pH médio durante a acidose de 5,62 ± 0,1. Essa foi provocada principalmente por AGCC (máximo de 118,4 ± 9,3 mM/L), com máxima produção de ácido láctico (7,17mM/L) e de ácido láctico D (0,56 mM/L) na 6ª h. A osmolaridade foi máxima na 3ª h (405,5 ± 45,2 mOsm/L) influenciada pelo ácido láctico e teor de glicose ruminal. O CMS foi reduzido de 10 ± 1,23 kg no período basal em 66,3% no 1º d e 48% no 2º d regularizando-se no 3º. Quanto menor o pH médio da ARAGCC (R2 = 0,679), o TR (R2 = 0,807) a MR (R2 = 0,739) e quanto maior a osmolaridade ruminal (R2 = 0,5461) menor o CMS. O tempo para consumir 1 kg de MS aumentou de 32 ± 4 min no tempo basal para 94 no 1º d e 90 min no 2º d, normalizando-se no 3º. O TR foi reduzido de 450 ± 68 min no período basal em 58,4% no 1º d, em 48,7% no 2º d e em 20,9% no 3º d e foi influenciado positivamente pelo pH médio (R2 = 0,807). Os animais não modificaram o tempo de ócio em estação, mas aumentaram o tempo o de decúbito em relação ao período basal (380 ± 60 min) em 38,9% no 1º d em 26,6 % no 2º, regularizando-se no 3º. O decúbito foi mais prolongado quanto menor foi o pH ruminal mínimo (R2 = 0,466) e o grau de depressão neurológica (R2 = 0,616). Quanto menor o pH mínimo (R2 = 0,639) e maior o teor de lactato L ruminal (R2 = 0,373) maior o grau de depressão neurológica. O potencial de oxirredução, a acidez titulável e o tempo de redução de azul de metileno, em conjunto com o pH ruminal, podem auxiliar no diagnóstico da ARAGCC.