Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Natalia Areias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-08012010-141442/
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Resumo: |
O objetivo do presente trabalho foi o de compreender a natureza dos critérios que norteiam a inclusão de adolescentes em serviços de atenção à saúde mental do sistema público de saúde. Para tanto o conceito de saúde mental foi contextualizado assim como suas perspectivas no campo da saúde pública enquanto modelo de atenção disponível à população e as principais mudanças em processo a partir da década de 70 com a reforma psiquiátrica. Em seguida foi apresentado um exame das particularidades da saúde mental do adolescente e as características das políticas e dos modelos de atenção previstos para atender a suas necessidades. A idéia que orientou a investigação quanto ao acesso de adolescentes aos serviços de saúde mental se pauta principalmente no papel do trabalhador incumbido de decidir sobre seu destino na instituição e na prática do acolhimento enquanto forma singular de receber, compreender e relacionar-se com a clientela. Foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com 28 trabalhadores que atuam na inclusão de novos usuários nos serviços de atenção à saúde mental para adolescentes no município de São Paulo (especificamente na região oeste, que compreende os distritos de saúde Butantã, Lapa e Pinheiros), sendo posteriormente submetidas à análise de discurso. Percebe-se pelo discurso dos trabalhadores que os critérios de inclusão no serviço são complexos e na maior parte das vezes causam dúvida quanto a sua indicação precisa. Em meio ao processo de decisão destacam-se os meios técnicos que o trabalhador possui para a eficácia de sua prática e para a estruturação subjetiva frente ao seu trabalho, tendo em vista que tais aspectos permitem maior ou menor abertura às inúmeras possibilidades de queixas que possam surgir como demanda ao serviço em que trabalha. Também se observam dificuldades no emprego da estratégia do acolhimento como prática de recepção por sua característica de imprevisibilidade que propõe atender à demanda no momento em que ela é sentida como urgente pelo usuário, fugindo à lógica da triagem agendada e das filas de espera. Quanto às questões referidas como principais critérios de inclusão destacam-se as urgências (e seus maiores representantes são os casos de tentativa de suicídio), a relação com as instituições que fazem o encaminhamento, as características e condições do serviço, a gravidade do caso e a organização da rede de atenção. Uma vez evidenciados os principais aspectos envolvidos na decisão do trabalhador sobre a inclusão do adolescente no serviço, discutiu-se, finalmente, um possível desencontro entre a lógica do adolescente e a lógica de funcionamento das instituições de saúde, o que muitas vezes impossibilita o reconhecimento dos serviços de saúde mental por parte dos adolescentes como recursos possíveis aos quais possam recorrer em caso de necessidade, gerando inclusive a escassez da procura |