Dos autênticos aos governistas: gênese e trajetória do PMDB (1979 a 2002)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mucinhato, Rafael Moreira Dardaque
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-04062019-134143/
Resumo: Esta tese investiga a história de um dos mais longevos partidos políticos do nosso sistema partidário, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). A partir de uma perspectiva nacional e diacrônica, analisamos sua história interna cobrindo mais de duas décadas de sua trajetória, de 1979 a 2002, com o intuito de compreender como o partido passou do protagonismo ao pano de fundo da política nacional, mas mantendo-se, ainda assim, um ator determinante em nosso arranjo político institucional. Levando em conta o peso que os órgãos de direção têm na definição dos rumos dos partidos políticos brasileiros, assim como a forte presença de parlamentares nesses órgãos no que se refere especificamente ao PMDB (Ribeiro, 2014), fazemos uso do conceito de coalizão dominante de Panebianco (2005) para analisar a face diretiva do partido (Katz e Mair, 1993) e argumentamos que a compreensão da dinâmica interna dos seus principais órgãos de direção contribui para entender as mudanças ocorridas nas estratégias políticas e eleitorais adotadas pelo PMDB, sobretudo no que tange às disputas pelo cargo de Presidente da República. Para realizar esse objetivo, a tese apoia-se tanto em um amplo levantamento documental quanto em entrevistas em profundidade, realizadas com políticos importantes para a história do partido em seus respectivos estados, um esforço pioneiro nos estudos em relação a este objeto. Ainda nesse sentido, este estudo divide-se em duas partes. A primeira delas investiga o recorte histórico de 1979 a 1988, período no qual as transformações internas do partido estiveram mais ligadas às constantes entradas e saídas de quadros. Incluem-se nesse período, entre outros eventos, a refundação da sigla em 1979, a incorporação do Partido Popular em 1982, a entrada de José Sarney no partido em 1985, a legalização dos partidos comunistas em 1985 e a formação do PSDB em 1988. Por sua vez, na segunda parte deste estudo investigamos o recorte histórico de 1989 a 2002. Neste segundo período, as transformações internas na coalizão dominante e consequentemente as estratégias eleitorais adotadas estiveram mais ligadas a disputas internas entre suas diferentes alas. Incluem-se nesse período as breves hegemonias ulyssista e quercista, que levaram Ulysses Guimarães e Orestes Quércia a serem os candidatos presidenciais respectivamente em 1989 e 1994, a indefinição quanto a lançar candidatura própria ou coligar-se com outro partido nas eleições presidenciais de 1998 e, por fim, a chegada de Michel Temer à presidência do partido em 2001, consolidando o bloco chamado de governista enquanto coalizão dominante do partido a partir de então. Sugerimos que o estudo deste partido em específico de maneira aprofundada, dados o tamanho e a complexidade do PMDB, permitem-nos uma compreensão de processos e dinâmicas que vão além dele. Seu estudo proporciona uma visão, a partir de um ponto de vista específico, da história política do Brasil durante e após a transição democrática, e nos permite, também, lançar luz sobre outros aspectos do nosso sistema político-partidário, como, por exemplo, a dinâmica de bipolarização das disputas presidenciais no país entre candidaturas de PT e PSDB, que se consolida durante o recorte histórico aqui estudado.