Valor adicionado: análise empírica de sua relevância para as companhias abertas que publicam a demonstração do valor adicionado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Scherer, Luciano Marcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-31012007-174441/
Resumo: O objetivo da contabilidade é definido como fornecer aos seus usuários informações relevantes para a tomada de decisões. Porém, quem são os usuários e qual informação é relevante? O enfoque dado pela Teoria Positiva da Contabilidade considera os investidores dos mercados de capitais como os usuários das informações contábeis e essas são relevantes quando possuem um grau de associação estatisticamente significativo com o preço ou retorno das ações. Tendo em vista as mudanças na legislação societária que estão tramitando no Câmara dos Deputados, o Brasil poderá tornar obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração do Valor Adicionado pelas companhias abertas. De forma similar à Demonstração do Resultado do Exercício, a DVA é uma demonstração de características dedutivas em que a última linha representa um resultado, nesse caso, a riqueza gerada pela empresa durante um período. Porém, em adição a essa informação, é evidenciado de que forma essa riqueza é distribuída para uma série de stakeholders, além da parcela distribuída aos proprietários, sócios ou acionistas. Logo, é uma demonstração mais ampla que a DRE, destinada a vários usuários, não apenas aos proprietários, sócios ou acionistas, como a DRE, a princípio, parece ser destinada. Mas, quando se leva em conta os conceitos da Teoria Positiva da Contabilidade, convêm perguntar: O valor adicionado líquido para distribuição, evidenciado através da DVA das companhias abertas que publicam a demonstração, é relevante para os investidores da Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA? Buscar essa resposta é a proposta deste trabalho. Para tanto, utilizou-se de abordagem empírico-analítica para testar as hipóteses de pesquisa formuladas. A amostra de dados foi constituída pelas sociedades anônimas abertas que publicaram a DVA nos anos de 2000 a 2004. Para essa amostra de dados foi obtido o preço das ações quatro meses após o fechamento do exercício social (variável dependente), o valor adicionado líquido para distribuição por ação, o lucro líquido por ação e o patrimônio líquido por ação para os anos de 2000 a 2004 (variáveis independentes). A amostra final de dados foi constituída de 459 observações, sendo 202 para ações ordinárias e 257 para ações preferenciais. Todas variáveis foram ajustadas pelo preço da ação do período anterior. Os resultados dos testes empíricos demonstraram que o valor adicionado líquido para distribuição é relevante para os investidores do mercado de capitais, com grau de significância de 99%, o que confirma as evidências empíricas internacionais, entretanto, não houve um desempenho melhor tão evidente, medido pelo coeficiente R2, do valor adicionado líquido para distribuição sobre o lucro líquido e o patrimônio líquido, o que contraria as evidências empíricas internacionais. Quando se separou a amostra de dados entre as empresas com níveis diferenciados de governança corporativa da BOVESPA das demais empresas, observou-se que o poder explicativo do valor adicionado líquido para distribuição cresce de forma substancial nas empresas com níveis diferenciados de governança corporativa, especialmente no caso das ações preferenciais. Esses resultados demonstram a importância da DVA e contribuem para o debate acadêmico acerca da demonstração.