Atenção psicossocial em tempos de pandemia: memórias do cotidiano de usuários de um CAPS na cidade de Santos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, André Brazão dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71348
Resumo: A pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 alcançou o status de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional ainda no primeiro mês do ano de 2020. Segundo a ONU, ao decretar o fim do status de pandemia global, somava-se 65.222.932 de casos registrados, com quase sete milhões de mortes. Esse cenário mostra a necessidade de entendermos os impactos produzidos pela COVID-19 na saúde mental da comunidade. Este projeto de pesquisa tem o objetivo de investigar como os usuários do Hospital Dia no CAPS, na cidade de Santos, lidaram com a mudança na rotina devido ao isolamento social. Trata-se de um desdobramento de um projeto maior que estuda as repercussões das medidas de proteção ao COVID-19 no cuidado dentro da Atenção Psicossocial. Assim, foi estruturada uma pesquisa qualitativa, com influência do método etnográfico e da observação participante, grupos focais foram realizados com usuários do serviço de saúde mental, ao longo de dez encontros, criando um espaço de compartilhamento das experiências vividas na pandemia. Os áudios dos grupos foram transcritos e analisados de forma integral, assim como os dados coletados da observação participante, por meio de uma cuidadosa interpretação analítica. A luz dos conceitos de biopoder de Michel Foucault e da necropolítica de Achille Mbembe, a análise das histórias contadas mostra que a pandemia, na perspectivas de sujeitos que já enfrentam uma sociedade que os “deixam morrer” na invisibilidade, no estigma, nos cortes públicos e em situação de alta vulnerabilidade social, encontrou sentidos muito distantes da sociedade do “fazer viver”. Em conclusão, entendemos que há a necessidade de novas pesquisas, novas formulações de perguntas que mantenham um olhar atento para esse contexto de vulnerabilidade grave, uma vez que os depoimentos nos mostram uma força de resistência da vida, de sujeitos que querem viver, mesmo diante de um sistema que busca tirar sua cidadania e liberdade.