Avaliação da polpa de citros seca e peletizada como aditivo na ensilagem do capim elefante (Pennisetum purpureum, Schum)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Peres, José Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20220207-202742/
Resumo: Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da adição da polpa de citros seca e peletizada na ensilagem do capim elefante. O trabalho foi dividido em duas fases: na primeira (Experimento I) foi avaliado o efeito da aditivação na conservação do material ensilado e recuperação de matéria seca através de um delineamento inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 5 repetições. Foram utilizados 25 silos de laboratório, onde os seguintes tratamentos foram constituídos: 0, 5, 10 e 15% de polpa de laranja e um tratamento com 10% de fubá de milho como termo de comparação. O nível de polpa utilizado afetou o teor de matéria seca das silagens tendo sido observado aumento significativamente positivo (P<0,05), com os dois tratamentos com maior nível de polpa se igualando ao tratamento com 10% de fubá de milho. A maior recuperação da matéria seca ocorreu no tratamento com 10% de polpa de citros (P<0,05%), e a menor ocorreu no tratamento com 10% de fubá de milho. Os demais tratamentos apresentaram valores intermediários de recuperação da matéria seca, ou seja, respectivamente 81,3bc; 86,4ab; 91,1a; 80,0bc e 77,4c% para os tratamentos com 0, 5, 10, 15% de polpa de citros e 10% de fubá de milho. Também foi avaliado o volume de efluente, sendo que este só ocorreu nos três primeiros tratamentos (0, 5 e 10% de polpa), com valores médios respectivamente de 40,4; 2,5 e 2,0 ml por kg de material ensilado, demonstrando que a polpa foi bastante efetiva como absorvente. Pode-se afirmar que todos os tratamentos apresentaram boa conservação, constatada pelos valores adequados de pH (3,8; 3,8; 3,8; 3,9; 3,8), baixos níveis de nitrogênio amoniacal (12,7a; 11,8ab, 11,5ab; 10,9b; 12,5a% do nitrogênio total) e de ácido butírico (0,053; 0,22; 0,047; 0,058; 0,147% na matéria seca). No experimento II foi avaliada a digestibilidade aparente "in vivo" das silagens e o balanço nitrogenado, através da utilização de 6 carneiros da raça corriedale. Neste experimento, além dos tratamentos já mencionados foi adicionado um sexto tratamento que consistiu de uma silagem de milho como termo de comparação. Devido à quantidade insuficiente de silagem em alguns tratamentos, foram realizados somente 5 períodos, sendo que a análise estatística foi realizada como um delineamento em quadrado latino incompleto. Os períodos consistiram de 14 dias de adaptação e 7 dias de coleta, onde era feita uma restrição alimentar a 90% do consumo voluntário. A aditivação aumentou o teor de matéria seca das silagens (18,9d; 21,4c; 25,8b; 27,7a; 26,1b; 25,1b% de MS, respectivamente para os tratamentos com 0; 5; 10; 15% de polpa; 10% de fubá e para a silagem de milho), bem como seu consumo voluntário (35,8d; 39,9cd; 46,5b; 49,7ab; 50,9a; 41,9c g/kg PV75). O teor de proteína bruta (6,2c; 6,4bc; 6,5bc; 6,8b; 7,6a; 8,3a% na MS), foi inferior nos tratamentos testemunha e com adição da polpa de citros, enquanto que sua digestibilidade foi inferior até o nível de 10% de polpa de citros (44,7b; 44,4b; 45,2b; 51,9a; 55,5a; 52,3a%). Os níveis de nitrogênio insolúvel em detergente ácido (12,9bc; 14,4ab; 16,9a; 14,8ab; 7,9d; 11,2c% do nitrogênio total) e em detergente neutro (15,9c; 19,2b; 22,3a; 22,6a; 12,1d; 14,5cd% do nitrogênio total) encontrados nas silagens aditivadas com polpa foram significativamente mais elevados (P<0,05) que os determinados para a testemunha e os demais tratamentos. Maior quantidade de nitrogênio solúvel (54,7c; 56,1bc; 56,6bc; 58,3b; 62,6a e 65,6a% do nitrogênio total) foi determinada nas silagens de milho e com fubá, porém maior proporção de nitrogênio não protéico (84,4a; 80,4ab; 78,5ab; 73,1b; 61,6c e 53,7c% do nitrogênio solúvel) foi encontrada nas silagens de napier, aditivada com polpa ou não. O balanço nitrogenado negativo (-6,2b% de nitrogênio retido em relação ao ingerido) e muito próximo a zero (4,9b% N-retido/N- ingerido) determinados respectivamente nos tratamentos testemunha e com 5% de polpa de citros demonstram que a quantidade ou ainda a disponibilidade da proteína foram insuficientes para ótimo aproveitamento das silagens pelos animais. Os níveis mais elevados de polpa de citros (10 e 15%), o fubá de milho (10%) e a silagem de milho permitiram balanço nitrogenado positivo, a saber: 17,5a; 24,2a; 27,1a e 21,3a% de nitrogênio retido em relação ao ingerido, respectivamente. Houve aumento da digestibilidade da matéria seca (53,8e; 56,1de; 60,7bc; 62,4ab; 64,9a e 58,9cd% respectivamente para os tratamentos com 0; 5; 10; 15% de polpa; 10% de fubá e para a silagem de milho) e do teor de nutrientes digestíveis totais (52,9c; 55,2c; 59,5b; 60,9b; 65,7a e 59,2b%), com a aditivação. Os resultados mostraram que a polpa de citros é um bom aditivo para a ensilagem do capim elefante proporcionando boa conservação do material.