Suplementação de vitamina D3 na dieta e exposição à luz solar alteram cor e fragmentação miofribilar de carne de Bos indicus sem causar impacto no desempenho e maciez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lobo Junior, Adalfredo Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-18112008-093313/
Resumo: A melhoria na maciez da carne bovina através de suplementação de vitamina D3 na dieta tem sido desafiada por relatos de ineficácia do tratamento pré-abate e ainda possíveis impactos negativos no desempenho animal. A vitamina D3 pode ser sintetizada no animal por ação de radiação ultravioleta (UV) da luz solar, atingindo produção máxima em condições de baixa latitude. Este trabalho teve o objetivo de verificar a possível interação da suplementação de vitamina D3 na dieta com a exposição à luz solar dos animais na modificação de variáveis de desempenho e implicações na qualidade de carne e carcaça de bovinos Bos indicus. Foram confinados 41 machos castrados Nelore (µ=411±38 kg) por 45 dias, sendo divididos em 6 tratamentos: T1) Sem suplementação de vitamina D3 (SV) ou sombrite (SS); T2) SV e com sombrite (CS - filtração de 50% de UV); T3) Com 2x106 UI de vitamina D3 (CV2) por 2 dias consecutivos pré-abate + SS; T4) CV2 + CS; T5) CV por 8 dias consecutivos pré-abate (CV8) + SS; e T6) CV8 + CS. Mensurações postmortem foram realizadas no músculo Longissimus dorsi. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com arranjo fatorial 3 (dosagens de vitamina D3) x 2 (condições de exposição à UV). Para as variáveis de desempenho animal nenhum efeito (P>0,05) foi encontrado. Menor espessura de gordura (P=0,09) e peso de carcaça quente (P=0,08) e resfriada (P=0,10) foram verificadas para T6 comparado com T5 (1,8±0,6mm; 240,5±3,0 e 236,6±3,0kg vs 3,4±0,6mm, 251,2±3,2 e 246,1±3,2kg, respectivamente). Concentrações de cálcio ionizado plasmático no início e final da suplementação com vitamina não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. A dosagem CV8 aumentou a fragmentação (P=0,09) em animais SS comparado aos CS (22,3±1,5 vs 18,3±1,5; respectivamente). Entretanto, os animais SS apresentaram menores concentrações de cálcio muscular total (P<0,05) quando comparados aos CS. Nenhum efeito foi verificado em força de cisalhamento, sendo as diferenças observadas (P<0,05) somente para os dias de maturação 1, 7 e 21 (10,4±0,5; 8,8±0,5 e 6,8±0,5 kgf, respectivamente). Os animais CS apresentaram carcaças com menores temperaturas (15,07±0,29ºC; P=0,05) e maiores perdas totais (28,9±0,5%; P=0,06). A dosagem CV8 foi eficiente para aumentar os valores de L* (P=0,065), a* (P=0,02) e b* (P<0,001) comparado à CV2 (32,3±0,5; 17,0±0,4 e 4,5±0,2 vs 30,5±0,5; 15,8±0,4 e 3,5±0,2; respectivamente). Para estes valores, a dosagem CV2 não diferiu (P>0,05) da dosagem SV (31,6±0,5; 15,5±0,4 e 3,3±0,2). Animais SS (34,5±0,5) apresentaram maiores valores (P<0,05) de L* às 24 horas postmortem do que CS (32,6±0,5). Suplementação de vitamina D3 na dieta e exposição solar não afetam desempenho animal e maciez da carne. Vitamina D3 isoladamente pode alterar o padrão de cor da carne. A exposição à luz solar pode também melhorar a luminosidade da carne e interagir com a suplementação de vitamina D3 na definição de fragmentação miofibrilar.