Inibidores de Desmetilase Lisina-Específica 1 (LSD1) como candidatos a agentes antineoplásicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Elys Juliane Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9143/tde-06072021-104351/
Resumo: O câncer é uma das principais causas de morte no mundo sendo, atualmente, a segunda principal causa de morte, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares, tornando-se um grande desafio para as autoridades de saúde pública. No Brasil são estimados 625000 novos casos desta enfermidade para o triênio de 2020-2022. Nesse cenário, vários alvos epigenéticos são considerados alternativas no desenvolvimento de inibidores para a terapia do câncer devido serem identificados e relacionados com a carcinogênese, incluindo modificações no perfil de metilação do DNA e modificações de histonas como a metilação, acetilação e fosforilação. Dentre estas modificações, a metilação de histonas é regulada reversivelmente por histonas metiltransferases e desmetilases. A enzima desmetilase lisina-específica 1 (LSD1) foi a primeira histona desmetilase caracterizada e catalisa a remoção de grupos metila das lisinas 4 e 9 da histona H3 (H3K4 e H3K9), utilizando o FAD como cofator. Superexpressa em vários tumores de alto risco e tendo seus níveis correlacionados com a reincidência do tumor durante o tratamento, a LSD1 apresenta papel fundamental na tumorgênese. Portanto, tem sido considerado um alvo biológico promissor no desenvolvimento de novos fármacos para terapêutica contra o câncer. Sendo assim, neste trabalho, a partir de dados de triagem virtual baseado neste alvo biológico, selecionou-se um hit, o qual foi utilizado como protótipo para o planejamento de análogos visando melhorar as características farmacológicas, pois possuem grupos químicos passíveis das mesmas interações com o alvo. Foram sintetizadas 16 moléculas, sendo 7 compostos finais inéditos derivados carboxamídicos e 9 derivados sulfonamídicos. Todos os compostos foram caracterizados por RMN (1H e 13C), espectrometria de massas de alta resolução, espectroscopia de infravermelho, ponto de fusão, polarímetro e a pureza dos compostos foi avaliada por CLAE. Os compostos finais foram submetidos ao ensaio enzimático frente à LSD1, acoplado a Enzima Horseradish Peroxidase (EHP), mostrando que apenas o composto 4g apresentou atividade inibitória de 64% e 57% em 50 µM e 500 µM respectivamente. No ensaio de viabilidade celular na linhagem HEL (linhagem leucêmica) os 16 compostos (4a- 4g, 5a-5d e 6a-6d) apresentaram-se ativos com valores de CI50 na faixa de 5,3 µM a 20,25 µM. Os compostos mais potentes foram os 4e (CI50 = 6,9 µM), 5d (CI50 =5,30 µM) e 6ª (CI50 =6,61 µM), evidenciando que os compostos possuem elevada potência, tornando-se moléculas promissoras em linhagens leucêmicas. Os estudos de ancoramento molecular com a LSD1 sugeriram que a mudança de orientação do composto 4g, permitiu que o grupo benzila da porção benzilamida faça interação com os resíduos PHE560 e TYR807 no bolso hidrofóbico, o que possivelmente acarretou um bloqueio na entrada da cavidade, permitindo a inibição pelo composto.