Composição corporal e sua relação com incapacidade funcional, comorbidade e perfil de fragilidade de idosos brasileiros: um subprojeto da Rede FIBRA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pessanha, Fernanda Pinheiro Amador dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-23052014-114955/
Resumo: Embora não esteja presente em todos os idosos, a fragilidade é uma síndrome emergente que confere riscos à saúde dessa população. Marcadores clínicos como perda de peso não intencional e desnutrição são apontados como componentes do ciclo da fragilidade, no entanto, novos estudos sugerem que a fragilidade está associada tanto a um cenário de baixo peso como de obesidade. Esse estudo teve como objetivo investigar a possível associação entre composição corporal (avaliada por meio do IMC e circunferências) com o perfil de fragilidade, a incapacidade funcional e comorbidades de idosos brasileiros. Para tal, foram avaliados, de forma transversal, 5006 indivíduos com idade 65 anos, de ambos os gêneros, participantes do Estudo sobre Fragilidade em idosos brasileiros: Rede FIBRA, escolhidos por amostra probabilística em 14 cidades das 5 regiões geográficas brasileiras. Os idosos foram classificados como frágeis (F) pré-frágeis (PF) e não frágeis (NF) de acordo com o fenótipo de fragilidade proposto por Fried et al. (2001). O IMC foi calculado pela fórmula peso/altura2. A classificação do IMC proposta por Lipschitz (1994) e WHO (1995) foram utilizadas em termos comparativos para avaliar a associação entre fragilidade e composição corporal. A maior parte da amostra foi composta por mulheres (65,9%), de baixa renda (56,3%) e baixa escolaridade (50,1%). A média de idade foi de 73,1(6,1) anos. A prevalência de F foi de 11,6% e PF de 59,2%. A fragilidade se associou com o gênero feminino, a baixa renda e escolaridade e a raça/cor negra/mulata (2) (p<0,01). 22,1% e 27,6% dos F foram classificados como baixo peso e obesos, respectivamente. Idosos com IMC18,5 e IMC 35,0 kg/m2 apresentaram 1,7(1,4-2,1) e 1,6 (1,2- 2,2)(RR) vezes mais chances de serem F quando comparados aos eutróficos. A classificação proposta pela OMS foi a que melhor identificou a associação entre fragilidade e obesidade e a faixa de IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m2 foi protetora para o perfil de F e PF (p <0,01). Independente da faixa de IMC, idosos com circunferência da cintura (CC) elevada apresentaram uma maior proporção de fragilidade. A obesidade e a CC elevada também se associaram com baixa velocidade de marcha (p <0,01), com maior número de doenças relatadas e medicamentos (p <0,01) e com dependência nas atividades básicas de vida diária (ABVDs) (p <0,01). Esses dados apontam que tanto um quadro de desnutrição como de obesidade moderada a severa, principalmente relacionada à obesidade abdominal, estão associados com a fragilidade em idosos brasileiros, enquanto o sobrepeso parece exercer fator protetor na síndrome.