Estudo naturalístico do desenvolvimento sexual inicial em uma população de Sapajus libidinosus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Costa, Leonardo Cezar Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-26092024-130338/
Resumo: O repertório sexual dos animais apresenta diversas funções não reprodutivas, como certos comportamentos que são muitas vezes utilizados em diferentes contextos sociais (i.e., sociossexualidade). Apesar disso, essas funções são negligenciadas e raramente estudadas. Nos primatas, a sociossexualidade tem, entre muitas outras finalidades, a função de prática por parte dos imaturos, que treinam padrões motores sexuais para um melhor desempenho na fase adulta. Investigar o desenvolvimento de um comportamento durante a ontogenia é essencial para compreender sua função. Aqui nós estudamos como o desenvolvimento sexual inicial ocorre em uma espécie de primata neotropical, o macaco-prego (Sapajus libidinosus), investigando em que idade as interações se iniciam, além de verificar se ocorrem diferenças intra e interindividual na frequência e duração de comportamentos com relação a idade, sexo e contexto. O estudo foi conduzido na fazenda Boa Vista, localizada no município de Gilbués, Piauí. Os dados foram obtidos a partir de filmagens pré-gravadas dos animais em vida livre, utilizando o método animal focal. Analisamos oito infantes em 11 diferentes períodos de vida, desde o nascimento até aos 24 meses de idade. Para a transcrição, utilizamos os softwares Noldus Observer XT15 e BORIS v. 7.10.7. Não houve um padrão na frequência e duração de comportamentos com relação a idade dos indivíduos. Sugerimos que esse padrão existe, mas se estabelece apenas mais tarde no desenvolvimento, devido a influências sociais e hormonais. Não encontramos diferenças significativas na duração dos comportamentos, comparando machos e fêmeas. Entretanto, os machos emitiram mais comportamentos e as fêmeas foram mais receptivas, possivelmente devido a questões hormonais. Com relação ao contexto, utilizando uma análise mais qualitativa, encontramos que a brincadeira foi o contexto mais comum, entretanto, não encontramos diferenças significativas. Este é um trabalho pioneiro em investigar o desenvolvimento sexual em uma população selvagem de macacos-prego (S. libidinosus), que, apesar da importância, não foi suficiente para elucidar todas as questões levantadas. Esperamos que novos trabalhos sejam desenvolvidos, com caráter mais quantitativo, observando uma amostra maior, comparando diferentes populações e com um foco maior na juventude e puberdade desses animais, idade onde possivelmente mais padrões possam ser traçados.