Avaliação de parâmetros respiratórios e hemodinâmicos durante a gestação em cadelas de conformação braquiocefálica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gardés, Thayná Pantoja
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-26062019-152729/
Resumo: Durante a gestação, alterações respiratórias e hemodinâmicas podem ocorrer, em função de diversos fatores, tais como mudanças hormonais e efeitos mecânicos. Em mulheres gestantes, tais fatores podem agravar-se por desordens preexistentes, como os distúrbios respiratórios do sono, e influenciar negativamente a saúde materna e o desenvolvimento fetal. Em Medicina Veterinária, cães de conformação braquiocefálica são predispostos à obstrução de vias aéreas, culminando com a ocorrência de sinais clínicos similares aos observados em algumas mulheres durante a gestação. Desta forma, o presente estudo teve por objetivo analisar características respiratórias e hemodinâmicas em cadelas de conformação braquiocefálica durante a gestação, comparando com cadelas não braquiocefálicas. Para tanto, 20 cadelas foram alocadas nos grupos experimentais: braquiocefálicas (n=10) e não-braquiocefálicas (n=10). As fêmeas foram avaliadas clinicamente a partir do exame físico completo, a partir do qual foi estabelecido um escore de gravidade da Síndrome dos Braquiocefálicos. Ademais, foi realizada aferição da pressão arterial média (PAM), sistólica (PAS) e diastólica (PAD), oximetria (saturação periférica de oxigênio) e ultrassonografia obstétrica para avaliação da hemodinâmica uteroplacentária, utilizando ferramenta Doppler das artérias uterina e umbilical (Power flow) e vascularização da placenta (Color flow), além da avaliação do desenvolvimento fetal por meio de biometria (modo-B). Ademais, amostras de sangue venoso e arterial foram colhidas para análise de glicemia, lactatemia e hemogasometria, respectivamente. O período experimental compreendeu avaliações em quatro momentos: gestação inicial (33 a 36 dias após estimativa da ovulação), média (43 a 46 dias), final (56 a 59 dias) e anestro (2 meses após o parto). Cadelas de conformação braquiocefálica apresentaram maior frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), escore de coloração de mucosas e menor saturação periférica de oxigênio (oximetria) em relação ao grupo de cadelas não-braquiocefálicas, independente do momento experimental. Além disto, observou-se aumento do escore de gravidade da Síndrome dos Braquiocefálicos com o avanço da gestação, maior glicemia até o período médio da gestação e hiperlactatemia. Já os valores sanguíneos de bicarbonato, saturação de oxigênio, base excess e TCO2 foram menores em relação ao grupo controle. Quanto à biometria fetal, o comprimento do fêmur nos fetos do grupo braquiocefálico foi menor em relação ao controle. No estudo ultrassonográfico por Doppler, as variáveis de velocidade máxima do pico sistólico (PS) e a velocidade diastólica final (ED) da artéria umbilical foram maiores no grupo de conformação braquiocefálica. Em conclusão, as características conformacionais de cadelas braquiocefálicas alteram o padrão respiratório durante a gestação. Entretanto, as adaptações maternas durante a gestação, independente da conformação, são capazes de manter a higidez materna e permitir o desenvolvimento fetal adequado.