Apropriações de elementos constitutivos do mangá: investigando Murakami e Nara

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nakagawa, Simonia Fukue
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-10082016-101723/
Resumo: Este estudo traz para a discussão, no primeiro capítulo, o mangá como expressão artística, cujo modelo de criação se distingue dos demais quadrinhos pela pluralidade e diversidade de gêneros. São apresentados estudos sobre a linguagem visual das histórias em quadrinhos a partir de teorias ocidentais e japoneses que se correlacionam, como a forma de desenho de quadros, balões, hiatos, linhas cinéticas, metáforas visuais e suas características de linguagem universal. As linhas, planos de fundo e composições das páginas estabelecem relações com a arte tradicional japonesa dos emakimono (rolos de pintura), das xilogravuras ukiyo-e e das padronagens dos quimonos, sendo por isso analisados tais elementos. Ainda, abordam-se as onomatopeias, característica peculiar da língua japonesa que se revelam como subsídios necessários para valorizar sensações e emoções na narrativa, mesmo quando o silêncio é proposto; acentua-se também o grafismo visual que as integram à cena. Por fim, são levantadas as características na construção dos personagens, como a forma dada a corpos e olhos e as expressões faciais, que têm forte semelhança com as figuras das xilogravuras ukiyo-e, das revistas ilustradas Jojô-ga e das desenhadas por Osamu Tezuka. O segundo capítulo põe em debate o boom do mangá, animê e da cultura otaku do pós-guerra, que se apresentam para os artistas japoneses, da década de 1990, como elementos importantes para a produção de suas obras: assim se inserem os trabalhos de Takashi Murakami e Yoshitomo Nara, em suas relações com o mangá e com as artes tradicionais. Mesmo com ideais distintos, esses artistas participaram do movimento Neo Pop japonês e da exposição Super Flat (2000), e repensaram suas produções a partir da catástrofe natural de 2011. Pela dificuldade em encontrar bibliografia, muitas das informações obtidas nesta pesquisa se basearam em textos de jornais, curadores e críticos de arte ocidentais e japoneses, bem como na visitação a exposições dos artistas no Japão. Soma-se a esse capítulo a estética kawaii cujo ideal revela um universo infantilizado, que influencia as artes, se fortalece pelo fomento da indústria pop nipônica, atravessa as fronteiras para o ocidente e por isso se configura como produto de identidade nacional. As obras dos artistas supracitados dialogam com essa estética e também com a estética basara, que ostenta aquilo que é exuberante e luxuoso.