Evolução nutricional de crianças atendidas em creches públicas do município de São Paulo (1999-2000)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Bueno, Milena Baptista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-17102023-190851/
Resumo: A demanda pelo atendimento de crianças em creches aumentou devido à crescente inserção da mulher no mercado de trabalho. Apesar dos relatos de maior prevalência de doenças infecciosas, as creches são consideradas como fator de proteção para o crescimento infantil. O objetivo deste estudo foi descrever a evolução do estado nutricional durante um ano de observação de crianças atendidas em creches públicas do município de São Paulo e fatores associados segundo faixa etária. Em 1999, foram sorteadas 21 creches públicas do município de São Paulo e 849 crianças freqüentadoras através de amostragem por conglomerado em 2 etapas. Cada criança foi pesada e medida em três momentos distintos, com intervalo de seis meses, a partir de outubro. Ao final de um ano, 422 crianças completaram o seguimento. O teste de McNemar foi utilizado para verificar mudanças do estado nutricional, a análise de variância com dois critérios de classificação para comparar as médias dos escores-Z nas três observações e o teste de Kruskal-Wallis para identificar os fatores associados à evolução nutricional. A prevalência de déficit de estatura na primeira observação foi 7,1% e a de obesidade, 5,7%. Em um ano, a prevalência de déficit de estatura para idade diminuiu em 50,7% (p<0,05) e não houve diferença na de obesidade. A variação temporal da média de todos os índices antropométricos mostrou-se significativamente positiva, à exceção do índice peso para estatura entre os menores de 24 meses. O escore-Z inicial de estatura para idade esteve correlacionado negativamente com a variação deste mesmo índice tanto para os menores quanto para os maiores de 24 meses. Já a evolução de peso para estatura e peso para idade estiveram correlacionados com o escore-Z inicial somente entre os menores. O tempo de freqüência à creche foi um fator importante na evolução de estatura para idade entre os menores enquanto que escolaridade e idade do responsável estiveram associadas-com a variação de peso para estatura. A idade do responsável também esteve associada à evolução de estatura para idade entre os maiores. Estes resultados mostram que crianças que frequentam creches têm evolução nutricional satisfatória, porém o acompanhamento do crescimento é necessário para evitar que a desnutrição não reverta em outro problema de saúde pública na infância, a obesidade. A identificação de grupos de risco possibilita intervenções mais eficientes.