Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Quaio, Caio Robledo D\'Angioli Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-08122023-150756/
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Resumo: |
As doenças raras são um grupo amplo e diverso de entidades clínicas, 80% das quais apresenta etiologia genética. A elucidação etiológica é fundamental para o manejo clínico adequado, mas o processo diagnóstico pode ser desafiador. O Sequenciamento do Exoma, método de estudo genômico em larga escala, revolucionou o diagnóstico das doenças raras. Este estudo busca entender como o Sequenciamento do Exoma pode auxiliar no diagnóstico de doenças raras e quais são seus impactos clínicos. Os objetivos secundários incluem comparar o rendimento diagnóstico desta técnica com outras metodologias, listar as principais indicações clínicas para investigação etiológica e expandir o conhecimento sobre variantes genéticas raras no Brasil e seus impactos populacionais. Para tanto, foram analisados os dados clínicos e moleculares retrospectivos de 500 indivíduos com doenças raras que realizaram sequenciamento do exoma no laboratório Fleury entre os anos de 2014 e 2020 para investigação etiológica. Observou-se rendimento diagnóstico geral de 31,6% (158/500) com o uso desta metodologia e 15,6% (78/500) desta coorte teve potencial direto de redirecionamento dos cuidados clínicos (terapia-alvo, rastreio para neoplasias, adoção de protocolo de seguimento padronizado, ajuste medicamentoso ou monitorização de complicações específicas). As doenças mais frequentes foram: síndrome de Rett, doenças associadas ao gene POLG, doença de NiemannPick tipo C, síndrome KBG, doenças associadas ao gene DEAF1, síndrome de Cowden e síndrome de Noonan. Foram também observados achados secundários com impacto clínico relevante em 7,4% (n = 37) da coorte. Observou-se, ainda, que 71,9% (230/320) dos indivíduos eram portadores em heterozigose de variantes associadas a doenças autossômicas recessivas. Considerando-se essas frequências de portadores (2pq), a equação de Hardy-Weinberg foi utilizada para estimar de forma aproximada a frequência populacional de doenças recessivas (q2) em 26,39/10.000. Ademais, usando-se dados moleculares, populacionais e estudo de segregação nos genitores, 51 variantes raras foram classificadas como benignas e 211 como provavelmente benignas. Este estudo, pioneiro no Brasil, revelou detalhes importantes sobre achados moleculares de pacientes com doenças raras em uma população pouco representada na literatura científica. O diagnóstico preciso é fundamental para o acolhimento adequado desses indivíduos. O aprofundamento sobre o conhecimento das variantes genéticas raras no Brasil e seus impactos na saúde são importantes alicerces para o planejamento de estratégias para as doenças raras |