Educação e Prática Interprofissional em uma Residência Multiprofissional Autogerida em Saúde da Família 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guilherme, Renan Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/108/108131/tde-17062021-111213/
Resumo: A discussão sobre a educação e prática interprofissional, apesar de extremamente importante e internacionalmente vista como potente no sentido do cuidado integral e resolutivo, ainda é incipiente no Brasil, e as residências Multiprofissionais são consideradas espaços potentes para o seu desenvolvimento. Os Ministérios da Saúde e Educação, através do Edital nº 12, de 28 de agosto de 2015, pela primeira vez permitiram que serviços de saúde não vinculados a instituições de ensino superior propusessem Programas de Residência em Área Profissional da Saúde. Este estudo se debruçou sobre uma residência multiprofissional em Saúde da Família que é autogerida, ou seja, sem vinculação com uma instituição de ensino superior, no interior do Paraná, e teve como objetivo principal compreender o trabalho em equipe desenvolvido no programa e suas possíveis inter-relações com as propostas de Educação e Prática Interprofissionais. Teve como objetivo também a proposição de estratégias para o aprimoramento do programa no sentido da interprofissionalidade. Trata-se, portanto de um estudo de caso de abordagem qualitativa, de caráter descritivo e exploratório, em que foram realizadas análises documentais do Projeto Político Pedagógico e Matriz Curricular do programa, assim como grupos focais com os atores diretamente envolvidos (tutores, preceptores e residentes). Foi possível concluir que há uma desatualização do projeto político pedagógico, que não condiz com o currículo real vivenciado na residência. A matriz curricular do programa traz potencialidades em relação à aquisição de competências colaborativas por meio do uso de metodologias ativas e temáticas abrangentes focadas nas necessidades dos territórios. Os atores envolvidos na residência consideram os momentos teóricos da residência como potentes em relação à interprofissionalidade e influenciadores de um olhar diferenciado dos residentes acerca dos processos de trabalho nas unidades, porém este olhar não tem reverberado em uma atuação conjunta com as equipes de funcionários das unidades, encontrando dificuldades na qualificação dos serviços, fazendo com que, muitas vezes, os residentes, em relação ao restante da equipe, trabalhem de forma segregada, em lógicas distintas, em que os residentes encontram mais amparo para trabalharem de forma colaborativa. Estas fragilidades evidenciam a necessidade de mais interação entre a gestão e a residência, e entre a residência com os cenários de prática, tendo a interprofissionalidade como objetivo comum para que as provocações realizadas nos momentos teóricos encontrem um terreno fértil para a prática interprofissional.