Influência da terapêutica sobre a qualidade de vida do paciente com miastenia gravis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Carvalho, Nise de Brito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-01112006-094252/
Resumo: INTRODUÇÃO: A Miastenia gravis (MG) é uma desordem imunológica com antígenos alvos conhecidos, com produção de anticorpos contra o receptor nicotínico de acetilcolina, AAChR e Musk, na junção neuromuscular, dificultando a transmissão do impulso nervoso e provocando fadiga e fraqueza flutuantes na musculatura ocular, facial, dos membros e respiratória. A terapêutica sintomática com inibidores de acetilcolinesterase e a etiopatogênica como a timectomia, corticosteróides, agentes citostásticos e imunoglobulinas são utilizadas e indicadas em acordo com a incapacidade e gravidade clínicas. A qualidade de vida (QV) é uma ferramenta utilizada para quantificar a eficácia e a resposta às terapêuticas adotadas, avaliar a efetividade e custos econômicos de novas estratégias terapêuticas, contribuir para planejar e aplicar os recursos para a saúde na comunidade. OBJETIVO: Avaliar a influência da terapêutica na QV e evolução clínica dos pacientes com MG. CASUÍSTICA: Foram avaliados 51 pacientes com MG, 38 submetidos a tratamento conservador e 13 timectomizados. MÉTODOS: Os instrumentos genéricos quantitativos de QV como WHOQOL, qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) SF-36, e depressão (BDI) foram utilizados. ESTATÍSTICA: Empregou-se análise univariada com os testes de Wilcoxon, U-Mann-Whitney, Fisher e razão de chance para avaliar a evolução clínica, a QV e QVRS e depressão; análise multivariada para a caracterização dos dois grupos de terapêutica considerando a interação de múltiplos fatores. RESULTADOS: O grupo submetido à terapêutica conservadora foi constituído por 16 pacientes do sexo masculino e 22 do feminino, com média de idade de 33,71±2,76 anos; o grupo timectomizado foi constituído por 6 homens e 7 mulheres, média de idade de 32,23±4,16 anos. Os pacientes do grupo conservador apresentaram melhora clínica estatisticamente significante (p <0,05) dos aspectos clínicos, da QV, da QVRS e depressão. Os timectomizados apresentaram melhora estatisticamente significante dos aspectos físicos e psicológicos da QV e QVRS e depressão, e melhora clínica evidente e não significante (p = 0,06). A análise multivariável mostrou r=0,65 para comparação das áreas; Wilks? Lambda para analisar as distâncias, X2 = 22,67; gl = 7; p = 0,05; as medidas centrais mostraram média = -0,42 dp = 1,0 para o grupo conservador; e média = 1,22, dp = 1,0 para o grupo timectomizado. CONCLUSÕES: Nesta amostra e no período avaliado constatamos que: 1) Os pacientes submetidos ao tratamento conservador apresentaram diferenças significantes com melhora clínica acentuada, de QV, de QVRS e depressão; 2) os timectomizados apresentaram melhora clínica, da QV e QVRS em seus aspectos físicos e psicológicos, e efetiva e significante melhora dos índices de depressão; 3) a análise multivariada revelou que a timectomia produziu efeito benéfico e significativo na recuperação da saúde e bem estar nos pacientes.