Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Fabricio Leite de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-27082014-084739/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Neuromielite óptica (NMO) e suas formas limitadas são doenças desmielinizantes autoimunes do sistema nervoso central que acometem preferencialmente a medula espinhal e o nervo óptico. Várias formas clínicas do espectro da NMO (NMO-SD) tem sido descritas e incluem desde um evento único de mielite transversa longitudinalmente extensa (MTLE) à NMO recorrente. O comprometimento neurológico destes pacientes pode levar a diversas disfunções autonômicas, incluindo disfunção miccional. OBJETIVOS: Determinar a prevalência e as características dos sintomas do trato urinário inferior (STUI) e dos achados urodinâmicos em pacientes portadores de NMO-SD, e analisar suas associações com o grau de comprometimento neurológico e qualidade de vida (QV). MÉTODOS: Avaliamos 30 pacientes (23 mulheres e 7 homens) com diagnóstico estabelecido de NMO-SD, que foram convidados a participar do estudo a despeito de apresentarem ou não STUI. A avaliação neurológica foi realizada por meio da Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS), ressonância magnética de crânio e coluna vertebral, e dosagem de NMOIgG. Os STUI foram avaliados pelo Questionário de Avaliação da Bexiga Hiperativa (OAB-V8) e pelo Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS). A qualidade de vida de forma geral foi avaliada pelo questionário de Satisfação com a Vida (LiSat-9). Todos os pacientes foram submetidos ao estudo videourodinâmico. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 41,1 ± 13,5 anos (intervalo de 13 a 70) e o tempo médio de duração da doença neurológica foi de 33,8 ± 30,8 meses (intervalo de 3 a 135). A avaliação neurológica mostrou pacientes com EDSS médio de 5,3 ± 1,8 (intervalo de 1 a 8,5). O escore médio do OAB-V8 foi de 17,5 ± 14,0 (intervalo de 0 a 40) e de 14,3 ± 10,6 (intervalo de 0 a 35) para o I-PSS. A média da QV geral medida pelo Lisat-9 foi de 38,9 ± 6,8 (intervalo de 26 a 49). Os STUI mais comuns foram urgência em 15 (50%) pacientes, noctúria em 15 (50%), jato urinário fraco em 15 (50%), intermitência em 14 (46,6%), esvaziamento incompleto em 13 (43,3%), hesitação em 13 (43,3%), aumento da frequência urinária em 13 (43,3%) e urge-incontinência em 5 (16%). Os achados urodinâmicos mais comuns foram hiperatividade detrusora (HD) com dissinergia detrusor-esfincteriana (DDE) em 11 (36,6%) pacientes, DDE sem HD em 7 (23,3%), HD sem DDE em 6 (20%), e incontinência urinária de esforço em 1 (3,3%). Cinco (16,6%) pacientes apresentaram estudo videourodinâmico sem anormalidades. Sintomas urinários medidos pelo IPSS e pelo OAB-V8 correlacionaram-se com maior comprometimento neurológico (r=0,42; p=0,018 e r=0,48; p=0,006 respectivamente). Pacientes portadores de DDE foram aqueles que mostraram maior comprometimento neurológico (p=0,027). Da mesma forma, pacientes dissinérgicos apresentaram maiores escores ao I-PSS (p=0,029) e ao OAB-V8 (p=0,008). Pacientes com maior comprometimento neurológico foram aqueles que apresentaram pior QV (r=-0,410; p=0,022). CONCLUSÃO: Encontramos alta prevalência de STUI e disfunção miccional em portadores de NMO, sendo DDE e a HD as anormalidades urodinâmicas mais frequentes. Dissinergia detrusor-esfincteriana e STUI se correlacionam com a gravidade da doença neurológica. A severidade da doença neurológica correlaciona-se com a qualidade de vida geral |