Aplicação do fungo Cordyceps fumosorosea e do extrato de Sophora flavescens (matrine) no controle e na distribuição espaço-temporal de Bemisia tabaci em tomate orgânico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Anhê, Bruno Borella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-09052024-154211/
Resumo: A mosca-branca (Bemisia tabaci) constitui-se em uma das principais pragas das plantas cultivadas, provocando grandes prejuízos principalmente em hortaliças. Devido à sua alta capacidade de resistência aos métodos de controle tradicionais como o uso de inseticidas químicos, a utilização de métodos alternativos como o uso de fungos entomopatogêncios e extrato de plantas é de suma importância. Dentro desse contexto o trabalho teve como objetivo estudar o efeito do fungo entomopatogênico Cordyceps fumosorosea e do extrato de Sophora flavescens (matrine) no controle e na distribuição espacial e temporal da mosca-branca na cultura do tomate em cultivo orgânico. O experimento foi implantado no município de General Salgado, interior de SP. O delineamento adotado foi em blocos casualizados, sendo composto por 12 tratamentos, resultado da interação dos 4 inseticidas (CM: Cordyceps + Matrine, C: Cordyceps, T: Testemunha, M: matrine) e 3 materiais genéticos de tomate (W: Wanda, T: Tucaneiro, N: BRS Nagai), distribuídos em 4 blocos (B1, B2, B3, B4), totalizando 48 parcelas. Uma bordadura de duas linhas simples foi plantada ao redor de todo o experimento. Cada parcela foi composta por 4 linhas simples, com 5 plantas por linha. Foram consideradas plantas úteis as plantas das linhas 2 e 3 desconsiderando a primeira e última planta. O espaçamento utilizado foi 0,5m entre plantas e 1,7m entre linhas. Ao todo foram plantados 1.320 pés de tomate, sendo 960 para o experimento propriamente dito e 360 nas bordaduras. O monitoramento da praga foi realizado de três formas, por meio da utilização de armadilhas adesivas amarelas, contagem do inseto adulto e ninfas. Foram realizadas também análises relacionadas ao aspecto produtivo (produtividade, número de frutos comerciáveis, defeituoso, peso médio do fruto, totais e separados por tamanho) e qualitativos (sólidos solúveis, acidez titulável, pH, vitamina C, carotenoides e firmeza). As plantas úteis foram todas georreferenciadas, sendo aplicado a geoestatística nos dados de monitoramento da praga. O fungo entomopatogênico Cordyceps fumosorosea e o matrine (extrato da planta Sophora sp) demonstraram ser eficientes no controle da mosca-branca no cultivo de tomate orgânico. Suas aplicações resultaram em ganho de produtividade, redução de perdas e melhoria na qualidade dos tomates colhidos. O híbrido mais susceptível à mosca-branca foi o tomate Wanda. Quando combinados, houve um aumento na ação inseticida do fungo Cordyceps com o matrine no controle da mosca-branca, principalmente para o híbrido Wanda, que resultou em maior ganho de produção e qualidade de frutos, comparados com as aplicações individuais. As variáveis de qualidade mais afetadas pelo ataque da mosca-branca e consequentemente as que mais responderam à aplicação dos inseticidas foram o teor de sólidos solúveis e a vitamina C. A distribuição espacial da mosca-branca se comportou de forma agregada na maior parte do estudo, com dependência espacial oscilando de moderada a forte, ajustada pelos modelos de semivariogramas esférico, gaussiano e exponencial. O alcance médio foi de 19,18 m para o monitoramento nas armadilhas e de 9,28 e 9,68 m para ninfas e adultos, nessa ordem. Os mapas de krigagem do monitoramento com armadilhas demonstraram maior infestação da praga nas proximidades à mata. Já em relação ao monitoramento de adultos e ninfas, as maiores aglomerações (hotspot) ocorreram nas parcelas da testemunha e do material Wanda.