Interações pedogeomorfológicas em bacia de drenagem no semiárido baiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pacheco, Jucelia Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-15022019-132440/
Resumo: Este trabalho faz parte do processo de investigação e conhecimento da evolução da paisagem a partir da interação solo-relevo, isto é, de uma abordagem pedogeomorfológica. Como tais estudos são escassos no semiárido brasileiro e, considerando o interesse em contribuir com o conhecimento e disseminação da geo e biodiversidade deste domínio, foi selecionada para estudo uma área localizada no setor nordeste do estado da Bahia, próxima ao município de Nova Soure. O recorte espacial adotado foi a bacia de drenagem, por entender que a bacia é, mesmo em condições semiáridas, uma unidade importante para a compreensão das relações entre formas e materiais, como a cobertura pedológica. A bacia selecionada é a do Riacho Natuba, que está, geologicamente, localizada na bacia sedimentar do Tucano Sul, que integra o rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá. Geomorfologicamente está inserida nos Tabuleiros do Itapicuru, formados por modelados de aplainamentos e dissecação. O estudo foi realizado a partir de etapas de gabinete, campo e laboratório, que incluíram: revisão bibliográfica e conceitual, levantamento de materiais cartográficos, processamento de imagens e produção de mapas através do geoprocessamento, trabalhos de campo com reconhecimento da área, descrição e coleta de perfis de solos, análises laboratoriais e estudos microscópicos de seções delgadas. Diferentes escalas foram adotadas para o estudo da relação solo-relevo. Na escala da bacia, o estudo foi realizado a partir da identificação e descrição dos compartimentos morfopedológicos. Na escala da vertente, o estudo foi realizado a partir da descrição e caracterização de solos ao longo de transectos entre os compartimentos morfopedológicos e na escala de detalhe foram observadas as microestruturas em lâminas com o auxílio de microscópios petrográficos. Os resultados indicaram que a bacia é pedodiversa e que essa variedade e distribuição de solos possui íntima relação com a variação de litofácies da Formação Marizal e com processos do relevo, como a erosão seletiva superficial e subsuperficial de finos (argilas). Os solos de maior ocorrência nas partes altas da bacia são os Neossolos Quartzarênicos, que se diferenciam pelo conteúdo de argila, composição mineralógica e arranjos do fundo matricial. Essas distinções foram interpretadas como produtos da influência da circulação da água, atestando a importância do relevo na sua gênese. Nas partes baixas da bacia, a diversidade de solos é maior, ocorrendo Argissolos, Luvissolos, Chernossolos, Neossolos Fluvicos e Planossolos. Todos refletem propriedades dos materiais de origem sob condições de intemperismo típicas do semiárido, como a fertilidade, a mineralogia e as organizações micromorfológicas. Além disso, também estão relacionados aos processos erosivos atuantes nas vertentes, que formam, por exemplo, o gradiente textural, seja através da elutriação (Argissolos e Luvissolos) ou através da sedimentação (Planossolos). De maneira geral, os solos da bacia estão interligados entre si, e essa ligação se dá a partir da redistribuição de material ao longo das dinâmicas do relevo. Este contexto expressa a importância de considerar conjuntamente a pedogênese e morfogênese na evolução da paisagem semiárida.