REPAração tecidual em pacientes submetidos à Intervenção coronária percutânea com stent eluidor de siRolimus e polímero bioabsorvível: Avaliação seriada através da tomografia de coerência óptica (Estudo REPAIR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Guilherme Barreto Gameiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-13072023-184035/
Resumo: Ainda que os stents de primeira geração tenham efetivamente alcançado seu objetivo principal relacionado à eficácia, reduzindo os índices de reestenose em virtualmente todos os tipos de lesões e cenários clínicos, sua segurança é limitada pela biocompatibilidade subótima dos polímeros, pela endotelização tardia e pela toxicidade local dos fármacos. Os stents de novas gerações passaram por uma série de aprimoramentos, passando a apresentar hastes mais finas, polímeros mais biocompatíveis ou até mesmo bioabsorvíveis e algumas mudanças nas doses e na cinética de liberação dos fármacos. O stent Inspiron® (Scitech Medical) compreende uma plataforma metálica de Cromo-Cobalto com hastes finas (75 mm), coberta em sua face abluminal por polímero bioabsorvível (PLLA + PLGA) e que libera uma baixa dose de sirolimus (80% da dose em 30 dias). Nosso objetivo é documentar o padrão de cobertura tecidual das hastes do stent Inspiron® através da avaliação seriada com tomografia de coerência óptica (TCO). Nossa hipótese é que stents com hastes finas e com polímeros bioabsorvíveis apresentam cobertura tecidual mais rápida e de forma homogênea. O REPAIR é um estudo prospectivo, multicêntrico que incluiu 68 pacientes tratados com o stent Inspiron®, divididos consecutivamente em 3 grupos. O primeiro grupo realizou reestudo com TCO após 3 meses, o segundo após 2 meses e o terceiro após 1 mês. O desfecho primário foi a comparação entre o percentual de hastes cobertas pela neoíntima nos diferentes tempos pré-determinados. Análises angiográficas e de TCO foram realizados em um corelab independente, cego em relação ao tempo em que o reestudo foi realizado. A média de idade da população foi de 59,5 anos, 41,2% sendo diabéticos e 29,4% apresentando-se com síndrome coronária aguda. Foram tratadas 72 lesões em 68 pacientes. Os resultados angiográficos mostraram que o diâmetro médio e o comprimento médio das lesões foram 2,88 ± 0,44 mm e 12,86 ± 6,72 mm espectivamente. A perda luminal tardia, com 1 mês foi de 0,03 mm, com 2 meses foi 0,04 mm e com 3 meses foi 0,14 mm. Em relação ao desfecho primário avaliado pela TCO, 90,41 ± 8,8% das hastes estavam cobertas após 1 mês, 93,96 ± 8,73% após 2 meses e 97,21 ± 3,03% após 3 meses (p = 0,042). A espessura da hiperplasia neointimal foi de 60 ± 30mm no 1º mês, 90 ± 50mm no 2º mês e 120 ± 50 mm no 3º mês, demonstrando que a cicatrização ocorreu de forma homogênea e controlada nos primeiros 3 meses enquanto a média de obstrução pela hiperplasia neointimal foi de 4,45%, 6,95% e 10,11% e a área de hiperplasia neointimal foi de 0,59%, 0,85% e 1,13% após 1, 2 e 3 meses respectivamente. Os stents de nova geração alcançaram altos índices de eficácia e segurança com baixas taxas de desfechos negativos a médio e a longo prazo. Nesta análise preliminar, o stent Inspiron® mostrou um ótimo padrão de cicatrização precoce com > 90% das hastes cobertas por tecido neointimal no primeiro mês e com praticamente todas as hastes cobertas no terceiro mês. Os dados deste estudo servirão como base para formulação de ensaios clínicos randomizados para avaliar a eficácia e segurança da intervenção coronária percutânea em pacientes submetidos ao implante de stents de nova geração e tempo de dupla antiagregação abreviado.