Efeito da abstinência ao etanol sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona e a vasculatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gonzaga, Natália de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-28052018-171651/
Resumo: A Abstinência ao Etanol (AE) é uma complicação de curta duração desenvolvida após a interrupção parcial ou total do consumo crônico de etanol. Alguns dos sintomas descritos incluem: aumento transitório da pressão arterial, alteração da resistência vascular periférica e alterações comportamentais; entretanto, os mecanismos envolvidos nessas respostas continuam elusivos. O objetivo desse estudo foi o de investigar os efeitos da abstinência ao etanol sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e a função vascular. Ratos Wistar (250g) foram divididos em 3 grupos: Controle (CTR): os animais receberam água ad libitum por 23 dias; Etanol (EtOH): o tratamento crônico com etanol foi iniciado com uma solução de etanol 3% (vol./vol.), sendo gradualmente aumentada a cada três dias para 6% (4º dia) e 9% (7º dia em diante), mantendo-se esta concentração até o 21° dia; Abstinência ao Etanol (AE): os animais foram tratados da mesma maneira que o grupo EtOH até o 20º dia, neste dia a solução de etanol 9% foi retirada e retornada no dia seguinte (21º dia) por apenas 2h; após o término deste período, os animais receberam água até o dia do teste (23º dia), garantindo assim, o quadro de abstinência por 48h. Para avaliar o comportamento, os animais foram testados no Labirinto em Cruz Elevado (LCE). A pressão arterial foi medida por pletismografia de cauda. Foram avaliados os níveis plasmáticos de: a) etanol por cromatografia gasosa; b) corticosterona (CORT), angiotensina I e II (ANGI e II), vasopressina (AVP), ocitocina e peptídeo natriurético atrial (ANP) por radioimunoensaio; c) aldosterona (ALDO), renina (REN) e espécies reativas de oxigênio ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) por ELISA; atividade plasmática da enzima conversora de angiotensina por fluorímetria; d) atividade da NAD(P)H-oxidase em aorta e leito mesentérico pelo método de quimioluminescência da lucigenina; d) de sódio (Na+ ) por fotometria de chama; e) osmolaridade foi medida pelo abaixamento do ponto de congelamento da água. Foi realizada avaliação da reatividade vascular em aorta isolada para angiotensina II (ANG II), fenilefrina, cloreto de potássio, acetilcolina e nitroprussiato de sódio (NPS). A abstinência ao etanol promoveu diminuição significativa da porcentagem de entrada e tempo despendido nos braços abertos do LCE; além disso, houve aumento da concentração plasmática de corticosterona. Em conjunto estes resultados mostram o efeito ansiogênico da abstinência ao etanol. A abstinência ao etanol também promoveu aumento da pressão arterial sistólica e média. Houve aumento do estresse oxidativo sistêmico e tecidual. Em relação ao balanço hidroeletrolítico, não foi encontrada nenhuma alteração induzida pela abstinência ao etanol. A abstinência ao etanol induziu alterações vasculares independentes de endotélio representada por diminuição da contração para ANG II, fenilefrina e KCl e aumento do relaxamento para o nitroprussiato de sódio. A partir destes resultados podemos concluir que a abstinência ao etanol induz ansiedade, estimula o SRAA, induz hipertensão e estresse oxidativo e altera a função vascular de maneira independente de endotélio.