Influência do uso de amostras de referência na avaliação perceptivo-auditiva da fricativa faríngea e plosiva faríngea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Prearo, Gabriela Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-16082017-191403/
Resumo: Objetivos: Estabelecer amostras de referência constituídas por gravações avaliadas com consenso como representativas da presença da fricativa faríngea (FF) e da plosiva faríngea (PF) e comparar as avaliações perceptivo-auditivas da presença da FF e da PF sem e com acesso às amostras de referência em três grupos com experiências distintas. Metodologia: O estudo foi dividido em duas etapas: durante a ETAPA 1, três fonoaudiólogas especialistas na identificação das alterações de fala associada com a fissura labiopalatina (FLP) ou a disfunção velofaríngea (DVF) analisaram um total de 136 amostras de fala com a tarefa de identificar o uso da FF, da PF ou do ponto articulatório correto durante produção dos sons [f], [s], [], [v], [z], [], [k] e [g]. As gravações foram avaliadas individualmente e aquelas que não apresentaram consenso inicial quanto à FF e PF foram novamente avaliadas de forma simultânea. As amostras avaliadas com 100% de concordância entre as 3 avaliadoras foram inseridas no Banco de Amostras Representativas da FF e da PF. Deste Banco de Amostras foram selecionadas um conjunto de 14 amostras para compor o material denominado Amostras de Referência e outro conjunto de 64 amostras denominadas Amostras Experimentais. A ETAPA 2 do estudo envolveu a análise das Amostras Experimentais por um grupo de 9 avaliadores sem e com acesso às Amostras de Referência as quais a condição com acesso foram usadas como recurso para calibrar os avaliadores. Os avaliadores foram agrupados de acordo com a experiência na identificação da FF e PF: G1 incluiu 3 discentes no primeiro ano do curso de fonoaudiologia; G2 incluiu 3 fonoaudiólogos pós-graduandos recém-formados e sem vivências em FLP e DVF, e G3 incluiu 3 fonoaudiólogos com experiência na avaliação de alterações de fala na FLP e DVF. Os avaliadores analisaram, individualmente, as amostras experimentais duas vezes, primeiro sem o acesso às Amostras de Referência e após um intervalo de 15 dias avaliaram as mesmas amostras com acesso controlado às Amostras de Referência. Foram estabelecidos: porcentagem de acerto quanto ao ponto articulatório usado (AC ou alvo) e valores de concordância intra e interavaliadores. Resultados foram analisados com ANOVA. Resultados: Na ETAPA 1 foram identificadas 49 amostras de ACs com concordância de 100%, sendo 42 representativas da FF e 7 representativas da PF. A concordância intra-avaliador nesta etapa foi considerada excelente para as três avaliadoras. Na ETAPA 2 foi verificado que os achados na condição com acesso às referências foram superiores aos achados sem acesso às referências. As diferenças em porcentagens de identificação correta da FF e PF entre as condições com e sem referências variaram entre o mínimo de 4% para G3 e máximo de 80% para G1, sugerindo performance consistentemente melhor para o grupo de avaliadoras com experiência na identificação de AC. Os valores médios de Kappa para os sons estudados indicaram que a concordância no G1 passou de regular (K=0,34) na condição sem referência para quase perfeita (K=0,97) com referência; no G2 passou de substancial (K=0,67) para quase perfeita (K=0,96); no G3 a concordância manteve-se quase perfeita nas duas situações (K=0,90 e K=0,91). Observou-se que sem o acesso às amostras de referência as melhores concordâncias ocorreram para o G3, seguido de G2, com as piores concordâncias para G1. Após o acesso às referências todos os grupos tiveram concordância quase perfeita. As diferenças entre os valores médios de Kappa nas duas condições foi significante. Conclusão: Os resultados sugerem que os valores de concordância e a porcentagem de acerto quanto ao uso de ponto articulatório correto e FF e PF para os alvos estudados aumentou significativamente com o acesso às Amostras de Referência.