A escolha pela física: gosto ou desafio?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Guimarães, Michele Hidemi Ueno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28012014-095232/
Resumo: Este trabalho tem por objetivo estudar algumas relações transferenciais estabelecidas por sete professores de Física de Universidades públicas e particulares do Estado de São Paulo, em relação à escolha do curso, ao longo da sua trajetória e, por último, ao assumirem a Física como profissão. No levantamento inicial que realizei, identifiquei que é na graduação que as relações transferenciais se tornam estratégicas, uma vez que o curso de Física apresenta uma baixa terminalidade. A partir daí, algumas questões surgiram: qual a relação transferencial que o aluno estabelece com a Física, no momento em que decide cursá-la? Que relações transferenciais existem entre professores e alunos? O que leva muitos alunos a abandonarem o curso? Por que há tantas desistências e evasões? Quais laços um físico estabelece com a Física, a ponto de escolhê-la como profissão? Eu poderia partir de uma pesquisa direcionada aos alunos que abandonaram o curso. Saber o que falhou. No entanto são esses exatamente que apresentam uma relação transferencial mais frágil. Interessava-me o oposto: aqueles cujas relações transferenciais tinham permanecido e mais, aqueles que escolheram a Física como profissão. Por isso, direcionei este trabalho àqueles que permaneceram, àqueles que fizeram o curso, tornando-se cientistas e professores. Para contextualizar o problema, realizei um levantamento quantitativo do número de alunos que se formaram no IFUSP, entre os anos 2000 e 2010 e percorri a história do Ensino de Física no Brasil, desde o seu surgimento até os dias atuais. O que pude constatar, nesse percurso e nas falas dos professores, é que a Ciência determina um modelo específico de constituição do sujeito, inclusive a sua forma de pensar. A ideia do trabalho é apresentar como cada entrevistado teceu a sua história com a Física, além de algumas considerações que ressoaram em mim, no momento das entrevistas e depois, ao transcrevê-las. Pude perceber que, para que um físico se mantenha na profissão, é necessário que ele estabeleça continuamente laços com aquilo que está fazendo e sustente o desejo de ser reconhecido pelos outros. Para analisar essas relações transferenciais, parti de um referencial psicanalítico, de orientação freudiana e lacaniana, privilegiando alguns de seus conceitos, tais como: transferência, transferência positiva e negativa, transferência imaginária, simbólica e real, saber, sujeito e outros. Possibilitando iluminar o que ocorre em relação às possíveis articulações entre Psicanálise, Educação, o Ensino de Física e o Ensino de Ciências.