Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Manfrinati, Priscila D'Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-26042018-131425/
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Resumo: |
A migração coletiva de membros da comunidade portuguesa de Macau para o Brasil, parte da chamada Segunda Diáspora Macaense, é elaborada nesta pesquisa de acordo com as proposições de Sayad sobre a dupla condição de emigrante-imigrante do sujeito migratório. Assim, as condições que engendraram o movimento de saída da China são analisadas de modo a construir escopo interpretativo para a qualificação de tais membros como refugiados e contextualizar sua recepção e integração na sociedade brasileira entre as décadas de 1950 e 1970. Tal trajetória é estudada a partir de depoimentos que partem de elaborações individuais e coletivas sobre a experiência colonial, a assunção identitária e aspectos relativos ao deslocamento, à condição de imigrante e à integração no Brasil. O referencial teórico de análise de tais depoimentos e do contexto sócio político que emergem encontra-se nos Estudos Culturais, mais precisamente em obras da teoria pós-colonial. Apesar de não tratarem especificamente do caso chinês, as semelhanças na atuação da empresa colonialista e seus efeitos possibilitou aproximações. Isso pois os territórios colonizados, em suas experiências originais, são marcados por relações de poder, violências de toda ordem e sínteses multiculturais, de onde emergem sujeitos cindidos e hifenizados. Tal conformação societária, marcada por ambiguidades e distanciamentos, é pensada, então, em sua interface com o controverso momento político de descolonização já em meados do século XX. Particularmente em se tratando da China, o avanço do movimento revolucionário sob a liderança de Mao Tsé Tung marcou uma ruptura com o imperialismo, abrindo margem para a construção de um discurso nacional e de uma identidade chinesa em que as comunidades híbridas, consideradas estrangeiras, não eram contempladas. A ascensão do nacionalismo defensivo teve função precisa de subversão da ordem colonial e, entre outros fatores, implicou direta e indiretamente na exclusão de minorias. Considerada indesejável no cálculo do Estado em formação, a comunidade portuguesa passa a sair da China em processo diaspórico, sob a condição de refugiada. Os macaenses que vivem no Rio de Janeiro constituem parte significativa da Segunda Diáspora Macaense e são considerados aqui em seus discursos enunciativos, suas experiências nos entrelugares e estratégias de sobrevivência, tais como as negociações identitárias e práticas associativistas. |