Insubordina-te, educação matemática! responsabilidade e paz em Bertrand Russell

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Valle, Júlio César Augusto do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Paz
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12052015-134319/
Resumo: O propósito do presente estudo consiste em construir uma relação entre as teorizações de Bertrand Russell matemático e filósofo de expressão no século XX e as preocupações mais recentes de matemáticos e educadores matemáticos contemporâneos, nomeadamente por meio das linhas de pesquisa emergentes nas últimas décadas, dentre as quais destaco a Etnomatemática, conforme a concebe Ubiratan DAmbrosio. Isto porque muito do debate acerca dos princípios e das motivações da educação matemática apresenta convergências muito relevantes com as mais importantes críticas russellianas aos modos de pensar e sentir da humanidade no século passado. Para isto, apoio-me no conceito de crise proposto em Hannah Arendt como um momento em que as respostas consolidadas pela tradição não respondem mais às questões emergentes da atualidade e, por isso, devemos reler os autores do passado como se ninguém jamais os houvesse lido antes. Afinal, afirma-se quase que consensualmente que a educação matemática encontra-se em crise e, inspirando-me em Arendt, sinto-me impelido à releitura de Russell para encontrar interpretações que colaborem para o enfrentamento das problemáticas em que nos debatemos. Remeto-me assiduamente à obra de Paulo Freire para fundamentar a perspectiva política da educação que também ocorre a Russell e a DAmbrosio. E daí decorre a elaboração de uma relação entre a obra russelliana e as quatro dimensões da paz propostas por DAmbrosio, que evidencia a atualidade da obra do filósofo. Considero este trabalho, efetivamente, uma construção em Filosofia da Educação Matemática que retoma em Russell aquilo que recentemente retornou ao centro das preocupações sociais, inclusive da perspectiva da educação matemática: nossas crises sociopolíticas, econômicas e ambientais. Trata-se, portanto, de um exame, inspirado em Russell, de nossas responsabilidades, como matemáticos e educadores matemáticos, com a paz em suas múltiplas dimensões algo que demanda insubordinações permanentes.