Classificando \"caidores\" e \"frágeis\" entre adultos residentes na comunidade com variáveis de acelerometria extraídas de atividades de vida diária: um estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bet, Patrícia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-04072024-115646/
Resumo: Inúmeros fatores constituem desafios no que diz respeito ao processo de envelhecimento populacional e transição epidemiológica. As quedas e a fragilidade são listadas entre as síndromes geriátricas mais importantes a serem rastreadas na atenção primária e, portanto, o manejo de ambas as condições e o aumento de sua prevalência podem ser considerados um problema de saúde pública. No entanto, as avaliações clínicas utilizadas para identificar essas condições tem limitações inerentes e podem ter baixa sensibilidade para determinadas populações. Apesar dos equipamentos baseados em sensores de aceleração ao representarem uma opção para este rastreio, existe uma lacuna na literatura quanto aos métodos e procedimentos, às variáveis a serem analisadas e aos pontos de corte para a análise dos dados de acelerometria para investigar tais síndromes na população. Objetivo: O objetivo deste estudo é classificar caidores e frágeis a partir de dados brutos de acelerometria obtidos da utilização de um acelerômetro triaxial durante 7 dias de realização de atividades de vida diária. Materiais e método: Foram realizados dois estudos (um para quedas e outro para fragilidade) de abordagem quantitativa, de caráter transversal observacional, sendo realizados a partir de uma amostra dos participantes do Estudo Epidemiológico do Movimento (EPIMOV). Foram coletados dados relativos ao histórico de quedas e à classificação da fragilidade, além de dados sociodemográficos, clínicos e antropométricos dessa população. Foram extraídas as características da acelerometria referentes a entropia, amplitude e frequência dos sinais obtidos com o uso de um acelerômetro triaxial por 7 dias. Testes estatísticos foram utilizados para identificar quais variáveis geram valores significativamente diferentes na comparação ao dos grupos de caidores e não caidores; e os grupos em fragilização (frágeis e pré-frágeis) e não frágeis. Análises de regressão logística e de acurácia também foram realizadas, o nível de significância estatística foi estabelecido em p < 0, 05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP, parecer número 186.796. Resultados: (a) Quedas: 451 indivíduos com 50 anos ou mais foram incluídos no estudo de quedas, sendo 73,2% mulheres e 14,2% caidores. As variáveis de acelerometria referentes à entropia e à terceira amplitude do sinal (p = 0, 019; OR = 0,785 e p = 0, 038; OR = 0,408, respectivamente) foram relacionadas à condição de caidor, sendo que quanto maior a entropia e a terceira amplitude do sinal, menor as chances do indivíduo ser um caidor. As características de entropia e amplitude do sinal de acelerometria foram capazes de identificar os caidores com uma sensibilidade de 70 a 80 %. (b) Fragilidade: 208 indivíduos com 30 anos ou mais foram incluídos no estudo de fragilidade, sendo 66,8% mulheres e 47,1% indivíduos em fragilização. O componente do critério de fragilidade mais prevalente foi o baixo nível de atividade física (31,3%). As variáveis de acelerometria referentes à entropia e as amplitudes do sinal foram relacionadas à condição de frágil, sendo que quanto maior a entropia e a segunda/terceira amplitude do final (p < 0, 001; OR = 0,761, p = 0, 026; OR = 0,704 e p = 0, 003; OR = 0,465, respectivamente) menor as chances do indivíduo ser frágil e quanto maior a primeira amplitude (p = 0, 003; OR = 1,649) maior a chance do indivíduo ser frágil. As características de entropia e amplitude do sinal de acelerometria foram capazes de identificar os indivíduos em frágeis com uma sensibilidade de 65 a 72 %. Considerações finais: As características extraídas do sensor de aceleração foram capazes de discriminar e identificar com uma boa acurácia e sensibilidade indivíduos não caidores de caidores, e indivíduos não frágeis de em fragilização.