Aprendizado dos conceitos de flor e fruto e sua utilização pelos alunos de ciências biológicas do I. B. - USP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pucinelli, Ricardo Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-04082010-102930/
Resumo: O sujeito ingressante no ensino superior tende a passar por um processo de adaptação da sua linguagem (senso comum) para a linguagem científica, uso restrito dos centros acadêmicos e universitários, na maioria das vezes. Desta forma, o universitário passa a conviver com duas realidades - a do \"mundo prático\" e a do \"mundo acadêmico\" (MINOGUE, 1981). O universitário, então, encontra-se diante do desafio de adequar-se às novas regras e às práticas do ensino superior. A nossa pesquisa teve como objetivos verificar como estes \"sujeitos da aprendizagem\" (LEVINAS, 1998) conciliam a práxis universitária com a sua formação acadêmica, sem se desvencilhar dos objetivos das Ciências - entender a natureza. Outros dois objetivos também foram delimitados, ou seja, procuramos verificar: 1º) que significados os ingressantes do curso de Ciências Biológicas da USP dão aos conceitos - flor e fruto; 2º) se esses significados sofrem \"adequações\" ao longo de dois anos no Instituto de Ciências Biológicas da USP. Para tanto, utilizamos-nos dos instrumentos - questionário e teste de confrontação, em três momentos distintos, a saber: no primeiro dia de aula da disciplina Flora, Fauna e Ambiente, em 2006; no primeiro dia de aula na disciplina Morfologia e Anatomia de Plantas Vasculares, em meados de 2007; e no último dia de aula da disciplina Taxonomia de Fanerógamas, no final de 2007. As \"falas\" dos entrevistados foram categorizadas, com base na metodologia de Laurence Bardin (2008), onde o mesmo, comparando um \"analista\" a um \"arqueólogo\", afirma que o \"analista\" trabalha com \"vestígios\", ou seja, documentos que podem ser \"naturais\" ou \"criados\" e que permitem ao mesmo assumir uma \"postura crítica\" a partir do tratamento das mensagens que \"manipula\" para \"inferir\" conhecimentos sobre o \"emissor da mensagem\" ou sobre o \"seu meio\", por exemplo. Assim sendo, os dados nos demonstraram que os ingressantes apresentam diversos conflitos de conhecimento com os signos analisados (flor e fruto). Além disso, os mesmos buscam um referencial a ser seguido, pois ainda se encontram na fase de transição entre os dois mundos - o prático e o acadêmico. Após um ano do ingresso no curso de Ciências Biológicas, os alunos já apresentam uma estabilidade maior nas \"suas falas\", mas ainda podemos perceber que os conflitos de conhecimento permanecem. Ao final de dois anos de curso, os alunos apresentam um aumento considerável de vocabulário, o que favorece uma visão mais clara do significado dos objetos de conhecimento, mas, ao mesmo tempo, também ampliam as suas possibilidades de atribuírem significados divergentes das concepções do mundo acadêmico atribuídos aos signos. Em relação à formação profissional, os sujeitos analisados apresentam uma motivação pessoal voltada para a conclusão do curso dentro do prazo mínimo estabelecido pela Instituição de Ensino além de poderem exercer o bacharelado. Finalmente, constatamos que, no nosso caso, as práticas metodológicas voltadas para o ensino superior ainda se baseiam principalmente nas \"falas\" dos professores, ou seja, aulas expositivas e práticas de laboratório com o reforço das \"falas\" iniciais e as práticas avaliativas ainda são marcadas por dois tipos: a prova dissertativa e a prova prática.