Estudo da anatomia dos retalhos pediculados da artéria torácica interna e sua aplicabilidade na reconstrução de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barreiro, Guilherme Cardinali
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-20052015-094929/
Resumo: INTRODUÇÃO: As reconstruções com tecidos combinados e bem vascularizados permitem a melhor reabilitação para defeitos extensos em cabeça e pescoço. O padrão-ouro tem sido as transferências microcirúrgicas de tecidos. Porém, há pacientes em que não há vasos receptores cervicais adequados para os transplantes de tecidos livres devido à múltiplas recidivas, ressecções e reconstruções; linfadenectomias cervicais; fístulas e infecções; e o tratamento com radioterapia. Com o aprimoramento do controle oncológico, pacientes nestas circunstâncias são cada vez mais frequentes e há poucas alternativas para reconstrução. OBJETIVO: Descrever a dissecação anatômica de um retalho osteomiocutâneo combinado, pediculado nos vasos torácicos internos, para reconstrução de defeitos complexos em cabeça e pescoço. MÉTODO: Retalhos osteomiocutâneos contendo 6ª e 7ª costelas e músculo reto abdominal foram dissecados bilateralmente em 35 cadáveres, 26 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Estudou-se a vascularização cutânea do abdome superior pelas perfurantes da artéria epigástrica superior superficial (SSEA); e os padrões de vascularização do 6º e 7º arcos costais e músculo reto abdominal a partir dos vasos torácicos internos, musculofrênicos e intercostais. O arco de rotação para segmento cefálico com ponto pivô na margem inferior da primeira costela foi avaliado. RESULTADOS: Foram dissecadas 114 perfurantes SSEA, 62 à direita e 52 à esquerda, com calibre arterial médio homogêneo de 0,68 mm. A maior frequência de perfurantes encontradas foi no grupo de 0,5 a 1,0 mm, com 60 (52,7%) ocorrências. Não houve diferença estatisticamente significativa para localização e calibre em relação ao lado. Também não houve correlação dos calibres com localização, idade, peso e altura dos cadáveres. Sessenta e dois retalhos osteomiocutâneos com pedículo nos vasos torácicos internos, 6° e 7° arcos costais e músculo reto abdominal foram divididos em 3 tipos de acordo com o padrão de vascularização do sexto arco costal. O tipo 1, em que a vascularização da sexta costela é pela artéria musculofrênica, foi o mais frequente, com 46 (74,2%) ocorrências. Dez pedículos vasculares diferentes para os componentes do retalho foram individualizados e medidos bilateralmente. Apenas quatro foram significativamente maiores nos homens e, dois, maiores à direita. Os calibres de todos os pedículos arteriais foram homogêneos em relação ao sexo e ao lado. O comprimento do pedículo para o componente ósseo do retalho variou de 18,5 a 21,6 cm, alcançando mandíbula e maxila em todos as dissecações. Já o componente miocutâneo do reto abdominal atingiu occipício em todos os casos e levou os vasos epigástricos profundos inferiores para possível anastomose vascular. Cinco pacientes foram operados em 2 anos com adequada integração dos retalhos e recuperação do contorno e função mandibulares. CONCLUSÃO: Em todas as dissecações de cadáver as perfurantes SSEA estiveram presentes bilateralmente com calibre maior que 0,3 mm; os retalhos osteomiocutâneos pediculados nos vasos torácicos internos foram constantes e alcançaram o segmento cefálico. Os pacientes operados recuperaram forma e função mandibulares. Este retalho pode ser uma alternativa para reconstruções secundárias em cabeça e pescoço