Adesão à dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension durante a gestação e sua relação com o peso ao nascer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fogaça, Ana Laura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-05022024-151749/
Resumo: A adoção de uma alimentação saudável durante a gestação é um relevante fator protetor de desvios do peso ao nascer. Estudos prévios sugerem que uma maior adesão materna à dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH), caracterizado pelo alto consumo de frutas, vegetais, cereais integrais, laticínios pobres em gordura e carnes magras, além de um baixo consumo de alimentos ricos em açúcar e sódio, reduz o risco de desfechos deletérios à saúde materna e fetal. O objetivo do presente estudo foi avaliar a relação entre a adesão à dieta DASH durante a gestação e a classificação do peso ao nascer segundo idade gestacional. Trata-se de uma análise secundária de uma coorte prospectiva de 601 pares de mães e filhos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Ribeirão Preto - SP. Dados sociodemográficos e de estilo de vida foram obtidos durante a gestação por meio de questionários estruturados. As mulheres foram submetidas à avaliação antropométrica e o consumo alimentar foi avaliado por meio de dois inquéritos recordatórios de 24 horas e um questionário de frequência alimentar previamente validado. A dieta usual foi estimada por meio do Multiple Source Method. Dados secundários de peso ao nascer, sexo do recém-nascido e idade gestacional no parto foram obtidos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. A relação entre a adesão à dieta DASH e as categorias de peso ao nascer foi investigada empregando-se modelos de regressão logística ajustados por fatores de confusão. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A média (± DP) de idade observada entre as mulheres foi de 27 (±5) anos. No total, 43,7% das mulheres estavam com excesso de peso durante a gestação e 67,4% delas pertenciam à classe socioeconômica C. Em relação a classificação de peso para idade gestacional dos recém-nascidos, 62 (10.3%) foram classificados em pequenos para a idade gestacional (PIG) e 80 (13.3%) grandes para a idade gestacional (GIG). Verificou-se que as mulheres que tiveram filhos GIG reportaram uma menor ingestão de castanhas e leguminosas, quando comparadas às demais mulheres. Em modelos de regressão logística ajustados por fatores de confusão, observou-se que as gestantes classificadas no terceiro tercil da pontuação da dieta DASH apresentaram menor chance de terem filhos GIG [OR 0,51 (IC95% 0,28; 0,94), p=0,03]. No presente estudo não houve associação entre a adesão à dieta DASH e recém-nascidos PIG [OR 0,87 (IC95% 0,42; 1,84), p=0,65]. Os dados do presente estudo sugerem que a maior adesão à dieta DASH na gestação reduz a chance de recém-nascidos GIG, o que deverá ser considerado no planejamento de ações de promoção da saúde materno-infantil.