A concepção de fertilidade do agroecossistema: implicações teóricas e metodológicas da construção sócio-histórica de um conceito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Iamamoto, André Toshio Villela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-14032018-104730/
Resumo: Este trabalho visa realizar uma análise histórica da concepção de fertilidade na agricultura, observando de que forma a constituição deste conceito se relaciona com transformações históricas da sociedade, considerando a logica econômica que preside a agricultura industrial. Procura-se ressaltar as origens da formação do atual conceito de fertilidade e em que medida este foi influenciado pelo desenvolvimento da economia e da ciência moderna. Buscaremos também, ressaltar como as formas de produção que se colocam como contraponto a agricultura industrial entendem a questão da fertilidade, quais as alternativas por elas apresentadas ao manejo da fertilidade para os sistemas de produção ditos mais sustentáveis, e sobre que fundamentos epistemológicos e metodológicos elas se assentam. A fertilidade do solo na agricultura e, aqui, encarada como objeto de análise. Entendemos que o estudo do conceito de fertilidade, seu desenvolvimento teórico e as suas relações com a economia e a ciência apresenta a totalidade dos determinantes que moldaram e consolidaram a concepção cientifica e agronômica de fertilidade. O desenvolvimento histórico do conceito cientifico de \"fertilidade\" e suas implicações sócio-históricas espelham, portanto, um emaranhado de relações entre a economia, a sociedade e a ciência agronômica, que mostra, sob outro angulo, que ele próprio e o resultado de um processo histórico e social. Essa análise teórica possibilita elucidar caminhos analíticos para o entendimento e a construção de uma agricultura na perspectiva de uma sociedade mais justa e mais sustentável. Aparentemente pontual, a questão da fertilidade e aqui apreendida como a \"ponta de um iceberg\" de complexas e profundas relações entre o desenvolvimento da economia e da agronomia no âmbito da ciência, que contribuem para o agravamento das crises ambiental e civilizatória atuais ao validarem um conjunto de tecnologias que nada mais são do que a base instrumental de um modelo de desenvolvimento rural socialmente excludente e concentrador de riquezas. Complexa por natureza, a análise dessas inter-relações e das próprias crises acima citadas demandam um olhar crítico e que, sobretudo, supere as fronteiras disciplinares, enriquecendo o conhecimento com os achados de ciências especializadas numa perspectiva interdisciplinar. Dessa forma, o atual trabalho busca fazer uma leitura da fertilidade como um aspecto de destaque relacionado a crise da agricultura industrial através de um dialogo entre literaturas técnicas agronômicas e sociais. Esse dialogo interdisciplinar visa aumentar a amplitude de analise, e promover uma abordagem mais abrangente e historicamente situada sobre o tema em questão.