O refúgio na cozinha: como a integração da comunidade síria contemporânea configura uma São Paulo de saborosas portinhas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Al Noufal, Laís Rosatti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-29122021-142911/
Resumo: Introdução: Desde a ocorrência das imigrações pioneiras de sírio-libaneses cristãos há mais de cem anos, entre estancamentos e novas diásporas imigratórias de libaneses muçulmanos nos liames da Segunda Guerra, o Brasil se tornou o país que possui a maior comunidade libanesa fora do Líbano e foi o país da América Latina que mais recebeu sírios refugiados na esteira da Primavera Árabe, a partir de 2011. Objetivo: Compreender como a estratégia alimentar (plasmada em língua portuguesa com o uso da palavra portinha) se torna uma forma de conexão desses sírios refugiados com o país de destino. Método: Pesquisa utilizando-se do método etnográfico. Revisão bibliográfica; levantamento de dados de fixação comercial; uso de serviços públicos; localização urbana; aproximação e observação diretas; registros etnográficos e entrevistas semiestruturadas. Resultados: A maior parte desses refugiados se estabeleceu na cidade de São Paulo. Foram analisados fatores como a dificuldade no aprendizado do idioma falado no país de destino; a vantagem de se conseguir um trabalho onde se pudesse compreender e ser compreendido no idioma pátrio em uma determinada região da cidade; a abusividade nas relações de trabalho entre conterrâneos já estabelecidos e recém-chegados; as burocracias e obstáculos a serem transpostos tanto no âmbito do setor público quanto no privado e a ausência de políticas públicas capazes de atender às demandas desse grupo de referência que apesar das vulnerabilidades pode e deseja contribuir. Considerações finais: Frente às dificuldades apresentadas, novas configurações dos modos de vida foram estabelecidas e, nesse contexto, a culinária se tornou por opção, ou por necessidade o primeiro ponto de integração de culturas na cidade e a conexão desses sírios refugiados com o país de destino através de estratégias alimentares.