Refúgios e diásporas – identidade religiosa e memória coletiva entre refugiados do conflito sírio assentados em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Meihy, Renan Abdouni Bom
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25234
Resumo: Esta dissertação se ocupa da análise das distintas trajetórias seguidas por refugiados do conflito sírio de diferentes grupos confessionais em São Paulo, associando-as aos diferentes enquadramentos narrativos promovidos nos âmbitos das comunidades religiosas sobre o motivo de sua migração forçada. O histórico recente de tensionamento das relações interconfessionais na Síria provocado pelo conflito deflagrado em 2011 produziu o aumento das desconfianças mútuas e influenciou definitivamente nas interações dos contingentes de refugiados com a comunidade diaspórica paulistana. A ausência de iniciativas estatais de integração social desses migrantes forçados, somada à notoriedade do conflito e à popularização das imagens sobre seus desdobramentos humanitários, transferiu a responsabilidade pelo acolhimento dos refugiados a organizações da sociedade civil, sobretudo às diaspóricas, cuja própria existência se deve aos fluxos transnacionais materiais e imateriais com a região matricial de sua identidade nacional e religiosa. O resultado desse processo foi a formação de redes confessionais de solidariedade, as quais não se revelam como estritamente sectárias, no sentido de dedicar esforços exclusivamente à acolhida de refugiados do mesmo grupo religioso, mas, ao se estruturarem em torno das organizações diaspóricas pré-existentes, a grande maioria delas de caráter confessional desde sua criação, e em resposta à dinâmica cismogênica sectária instituída na Síria, acabaram por reforçar padrões narrativos sobre a guerra e os atores e grupos envolvidos no contexto político sírio. Esses enquadramentos narrativos predominantes decorrem das memórias coletivas mobilizadas por empreendedores político-identitários implicados no campo político sírio e por agentes mantenedores da diáspora em São Paulo.