Dois ensaios empíricos sobre heterogeneidade produtiva e estrutura de capital do setor sucroenergético brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Haroldo José Torres da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-12082019-100332/
Resumo: Este trabalho é composto por dois artigos que visam abordar pontos pouco explorados na literatura da economia agrícola brasileira sobre a heterogeneidade produtiva das agroindústrias sucroenergéticas, em termos de desempenho (eficiência produtiva e produtividade total dos fatores - PTF), e a sua relação com a estrutura de capital destas empresas entre 2006 e 2015. Após uma breve introdução ao tema no primeiro capítulo, analisa-se no segundo capítulo, a evolução da eficiência produtiva entre as usinas de açúcar e etanol no Brasil, através da Análise Envoltória de Dados (DEA) e do índice de Malmquist e suas decomposições. Os resultados indicam que não há um padrão único e bem definido de eficiência e produtividade entre as empresas do setor ao longo do período avaliado, configurando-o como heterogêneo sob o ponto de vista de práticas de gestão e adoção tecnológica. Adicionalmente, observa-se que se intensificou a diferença entre as empresas, de forma que coexistem empresas tecnologicamente atrasadas e com baixos níveis de eficiência, em oposição a empresas eficientes e que empregam modernas práticas de gestão e tecnologias. Por fim, nota-se também uma redução dos níveis de produtividade e intensa variabilidade desta ao longo do período analisado. O segundo artigo, no terceiro capítulo, investiga a relação entre performance e estrutura de capital das empresas de açúcar e etanol no Brasil, através de duas hipóteses: i) uma maior alavancagem reduz os custos de agência, bem como a ineficiência e, assim, leva a uma melhoria no desempenho da empresa, como preconizado por Jensen e Meckling (1976) e ii) em sentido reverso, as empresas com melhor desempenho optam por menores níveis de alavancagem - hipótese eficiência-risco (efficiency-risk hypothesis), conforme proposição de Berger e Bonaccorsi di Patti (2006). Os resultados não descartam a hipótese do custo de agência dos acionistas externos junto ao setor sucroenergético brasileiro, de forma que uma maior alavancagem está associada a um melhor desempenho da empresa, especificamente, para empresas com níveis de dependência financeira superiores a 57,52%. Utilizando a análise de regressão quantílica, constata-se que há um efeito negativo entre o desempenho da empresa e a sua alavancagem para todos os valores de eficiência até cerca de 0,57, indicando que a hipótese eficiência-risco não é válida para todos os valores relevantes de eficiência.