Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Martino, Mayara Kuntz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-17062020-174119/
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Resumo: |
Este trabalho debruçou-se sobre o contexto de mulheres que recorrem ao aborto legal em gestações decorrentes de violência sexual. O objetivo foi analisar como se dão as relações institucionais estabelecidas entre mulheres (clientela) e profissionais (agentes institucionais) de uma instituição de saúde que oferece atendimento para aborto legal. Observou-se como cada participante fala de si e da(o) outra(o), quais as produções de verdades e subjetividades possíveis neste contexto, como se faz o atendimento, o acolhimento e quais são os efeitos destes na clientela. Foram realizadas entrevistas com profissionais que trabalham diretamente no atendimento a mulheres em situação de abortamento legal e com mulheres que realizaram o procedimento. A pesquisa, esteve apoiada na Análise Institucional do Discurso, método proposto por Marlene Guirado como uma estratégia de pensamento e que envolve conceitos como instituição, discurso, análise e sujeito/subjetividade. A discussão baseou-se em diferentes contextos socioculturais e discursivos que envolvem o tema. Foi possível observar os efeitos de assuntos extensos, polêmicos e complexos como violência sexual e, principalmente, aborto. Notou-se que as falas das profissionais não diziam, propriamente, do atendimento em si, mas estavam submetidas à insígnia do aborto. As mulheres falaram sobre o acolhimento e impressões positivas do serviço, minimizando situações de violências institucionais sofridas, demonstrando a importância deste local em suas vidas e na possibilidade de interromper a gestação de maneira segura. Agentes e clientela apresentaram-se em lugar de altíssima tensão, no crivo de outras instituições sociais que tem um entendimento determinado para o aborto, em especial, a religião e a política. As entrevistas foram repletas de sentimentos e sensações, falavam sobre o corpo, protagonista da violência, da gravidez e do aborto. O foco das entrevistas esteve na gestação e sua interrupção e a escolha pelo aborto foi ponto de demasiada reflexão. Diante do contexto que se encontravam, a escolha pela interrupção não pareceu ser uma questão de desejo, mas de demanda pelo aborto. A violência sexual e o aborto são temas que fazem mexer e mudar... o corpo e as ideias |