Avaliação do strain como ferramenta diagnóstica para hipertensão pulmonar na histiocitose pulmonar de células de Langerhans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sobral, Juliana Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-15092021-093607/
Resumo: Introdução: Hipertensão pulmonar (HP) é uma complicação comum nas doenças pulmonares crônicas, inclusive na histiocitose pulmonar de células de Langerhans (HPCL), sendo associada a pior prognóstico. Desta forma, o adequado diagnóstico de HP deve ser realizado nessa população. O rastreamento de HP é feito através do ecocardiograma, no entanto, as medidas habituais têm valor preditivo baixo para esse diagnóstico em muitas doenças pulmonares. O strain, pela técnica do speckle tracking bidimensional (2DST), é uma promissora forma de quantificação da deformação miocárdica ventricular direita e pode correlacionar-se às medidas hemodinâmicas. Não se sabe se o 2DST aumenta a capacidade de rastreamento de HP em pacientes com HPCL. Objetivos: Avaliar a função sistólica ventricular direita através das medidas de strain 2DST, correlacioná-las aos valores hemodinâmicos, ecocardiográficos e funcionais e determinar a capacidade do strain em melhorar o diagnóstico de HP nos pacientes com HPCL. Métodos: Estudo transversal, onde foram incluídos todos os pacientes acompanhados por HPCL em um único centro de referência para doenças pulmonares crônicas. Foram realizados avaliação clínica, ecocardiograma transtorácico bidimensional, strain do ventrículo direito pela técnica 2DST, teste de caminhada de 6 minutos, testes de função pulmonar e teste cardiopulmonar em todos os pacientes. Os pacientes com capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLCO) menor que 40% do predito e/ou velocidade de regurgitação tricúspide (VRT) maior que 2,5 m/s e/ou sinais indiretos de HP ao ecocardiograma foram submetidos ao cateterismo de câmaras cardíacas direitas (CATE D) por suspeita de HP. O diagnóstico de HP foi confirmado pela presença de pressão arterial pulmonar média (PAPm) superior a 20 mmHg. Resultados: Trinta e cinco pacientes foram incluídos (68% do sexo feminino, com média etária de 47 +- 11 anos). Ecocardiograma e 2DST foram realizados. A VRT foi 3,0 (2,4 3,2) m/s, a velocidade de pico sistólico (VPS) do strain longitudinal de parede livre do ventrículo direito (VD) foi de 23,8 (15,2-34,8) e a VPS do strain longitudinal global de VD foi de 22 (11,4 - 32,1). Dezoito pacientes foram submetidos a CATE D (2 por DLCO menor que 40% do predito, 9 por sinais de HP no ecocardiograma e 7 por ambos os critérios). A PAPm média foi de 32 +-12 mmHg. A prevalência de HP foi de 41% (IC95%= 24 59%), com o padrão pré-capilar presente em 85% dos casos. A VPS do strain longitudinal global do VD e de parede livre do VD tiveram significância estatística quando se comparou os grupos com e sem HP (parede livre: 19,1 +- 4,3 vs. 28,2 +- 4,9%, p< 0,001; global: 17,7 +-3,3 vs. 25,9+- 5,2, p< 0,001). Adicionar o strain global e de parede livre, pela técnica do 2DST, ao ecocardiograma convencional aumentou o diagnóstico de HP na população com HPCL em 6% dos casos. Diferenças na sobrevida não puderam ser preditas através dos dados do 2DST nesta populacão. Conclusão: A avaliação da função sistólica do VD através do strain longitudinal global e de parede livre pode ser útil como parâmetro adicional no rastreamento de HP nos pacientes com HPCL.