Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Minari, Victor Augusto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17154/tde-03022023-144951/
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Resumo: |
A associação entre o uso dos bisfosfonatos e a osteonecrose dos maxilares tem sido amplamente relatada na literatura. Apesar de os pacientes oncológicos apresentarem a maior frequência de necrose, há poucos estudos na literatura que avaliem os fatores de risco especificamente nesta população. Este foi um estudo retrospectivo e observacional que teve como objetivo avaliar os fatores clínicos de risco para o desenvolvimento de osteonecrose em maxila e mandíbula em uma coorte de pacientes oncológicos usuários de ácido zoledrônico intravenoso. Foram incluídos no estudo pacientes oncológicos, com histórico de uso de ácido intravenoso, entre junho de 2016 e fevereiro de 2019. Os seguintes dados foram coletados: idade, sexo, doença de base, comorbidades, tabagismo, avaliação odontológica antes do início do medicamento, uso crônico de corticoide, uso de imunossupressor, de antigiogênico, de quimioterapico, indicação de uso de bisfofonato, tempo, frequência e número total de doses de ácido zoledrônico, uso prévio de bisfosfonato por via oral e o desenvolvimento de necrose óssea. A análise de risco foi realizada a partir de regressão logística multivariada ajustada pelas variáveis com significância na análise exploratória, o nível de confiança foi de 95% para todas as avaliações. Dos 3.996 prontuários avaliados, foram incluídos 354 pacientes, a mediana de idade foi de 73 anos (23-99), 72% eram do sexo masculino, 31% tabagista, 32% usuários de corticoide, 28% de imunossupressor, 21% de antiagniogênico, 51% fizeram quimioterapia, 67,8% foram submetidos a avaliação e preparo odontológico antes do início do bisfosfonato, 56% eram portadores de câncer de próstata, 16% de mieloma múltiplo, 12% de câncer de mama, as comorbidades mais frequentes foram as cardiovasculares (58%) e nutricionais, metabólicas e endocrinológicas (26%), 43% usavam o medicamento a mais de 2 anos, o número de dose acumulada de bisfosfonato foi de 7 (1-73) e a incidência de necrose de 5%. O uso crônico de corticoide (9,6%x2,9%, p: 0,029), de imunossupressor (10,5%x3,1%, p: 0,033), pacientes que não foram submetidos a avaliação odontológica antes do início do medicamento (14%x0,8%, p: 0,000), que faziam uso mensal do bisfosfonato (14,7%, p: 0,006), com tempo de uso maior que 4 anos (14,9%, p: 0,012) e os portadores de doenças nutricionais, metabólicas e endocrinológcas (11,7%, p:0,05) foram mais frequentes no grupo de osteonecrose na análise exploratória. A regressão logística multivariada identificou como fatores de risco independentes o maior tempo de uso (odds:2,20, IC:1,11-4,59) e a presença de doenças nutricionais, metabólicas e endocrinológicas (odds:5,16, IC:1,28-21,34). Enquanto a menor frequência de uso do medicamento (odds:0,20, IC:0,05-0,71) e a avaliação odontológica previa ao início do uso de ácido zoledrônico (odds:0,05, IC:0,01-0,23) foram fatores protetores para o desenvolvimento da complicação. Podemos concluir que, este primeiro estudo brasileiro com pacientes oncológicos, usuários de bisfosfonatos intravenoso apontou a presença de doenças nutricionais, metabólicas e endocrinológicas, a maior frequência e tempo de uso do medicamento como fatores de risco. Enquanto, a avaliação odontológica antes do início do tratamento medicamentoso foi fator protetor para o desenvolvimento de necrose em maxilares associada ao uso de ácido zoledrônico intravenoso. |