Análise do New Injury Severity Score como preditor prognóstico em vítimas de traumatismo cranioencefálico com lesões focais e fatores associados ao desfecho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Daniel Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-16092021-095520/
Resumo: Introdução: O trauma cranioencefálico (TCE) é o resultado de mecanismos fisiopatológicos que se iniciam com o acidente e se estendem por dias a semanas. O TCE focal grave é um fator importante para determinação da morbimortalidade após o TCE. Entretanto, poucas pesquisas evidenciam a importância da utilização do New Injury Severity Score (NISS) como preditor prognóstico em vitimas de TCE focal e os fatores relacionados ao desfecho. Objetivo: Descrever o NISS como preditor prognóstico das vítimas de TCE focal grave, o desfecho seis e doze meses após o trauma e identificar os fatores associados à mortalidade e ao desfecho aos seis e doze meses. Método: Trata-se de um estudo do tipo coorte prospectivo, com dados coletados na internação, alta hospitalar, três, seis e doze meses após o TCE focal grave. Fizeram parte do estudo vítimas de TCE grave com idade 18 anos e 60 anos, admitidas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no período de coleta de dados, com escore na Escala de Coma de Glasgow (ECGl) 8, com diagnóstico de TCE focal grave. Para avaliar a recuperação das vítimas de TCE focal foram aplicadas escalas de funcionalidade - Escala de Resultados de Glasgow Ampliada (ERGA), Disability Rating Scale (DRS) e atividades de vida diária (Katz) em quatro períodos de avaliação (alta, três, seis e doze meses após o trauma) e escala de atividades instrumentais de vida diária (Lawton) em três períodos de avalição (três, seis e doze meses). A diferença da pontuação desses instrumentos nas abordagens programadas permitirá caracterizar o desfecho observado, a Receiver Operating Characteristic Curve (ROC) foi aplicada para análise de desempenho do NISS em comparação com os índices de trauma RTS, ISS, TRISS e NTRISS. Foram realizadas comparações entre grupos de indivíduos e os desfechos avaliados aos seis e doze meses após TCE focal. Nessas comparações, foram aplicados os testes Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, teste t-Student para duas amostras, teste de Wilcoxon-Mann Whitney e teste de Brunner- Munzel para identificar fatores clínicos associados ao desfecho. Resultados: A casuística compôsse de 131 pacientes de TCE focal grave com idade média de 34,08 anos (dp = 12,35), a grande maioria do sexo masculino (88,7%). As médias dos índices de trauma foram: RTS: 4,635 (dp = 0,972), ISS: 33,17 (dp = 8,79), NISS: 53,27 (dp = 15,21), TRISS: 56,57 (dp = 24,2), NTRISS: 29,7 (dp = 26,43). O NISS apresentou melhor discriminação para verificar a mortalidade em 14 dias em comparação com os outros índices (AUC = 0,662), apresentou desempenho satisfatório para predição de desfecho desfavorável em seis meses (AUC = 0,692) e em doze meses (AUC = 0,673). 80,27% das vítimas apresentou desfecho favorável pela ERGA após doze meses. O escore médio aos doze meses foi de 3,09 (dp = 6,39) pela escala de Katz e 4,21 (dp = 6,9) pela DRS. Conclusão: O NISS foi o único índice de trauma que apresentou associação com significância estatística para todos os desfechos avaliados.