Levantamento sobre selênio em solos e plantas do Brasil e sua aplicação em plantas forrageiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Faria, Letícia de Abreu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-13042009-094603/
Resumo: A incidência de altas concentrações de selênio (Se) no solo é relatada em várias partes do mundo. Em regiões do estado de São Paulo se observou deficiência em gramíneas, provavelmente associadas ao solo, que em alguns países é corrigido através de fertilização. O Se é essencial aos animais e sua deficiência implica na ocorrência de doenças e nas plantas superiores sua essencialidade também foi constatada. É relevante a falta de informações sobre o assunto a ser estudado, principalmente em solos tropicais. O objetivo da pesquisa foi à obtenção de informações sobre Se no sistema solo x planta. O experimento foi conduzido na FZEA/USP, e constou de uma fase de levantamento de dados sobre os teores de Se em diferentes solos brasileiros e para o teor foliar de Brachiaria decumbens neles desenvolvidas. A segunda fase consistiu na avaliação da aplicação de doses Selenato de sódio em solos considerados com teores deficientes de Se com o cultivo da gramínea Brachiaria brizantha [(Hochst. ex A. Rich.) Stapf] cv. Marandu e da leguminosa Stylosanthes capitata cv. Campo Grande avaliando os reflexos do micronutriente na nutrição mineral da planta, o que tem implicação direta na nutrição animal. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em fatorial 3x2x3, sendo os fatores: 1º Fator: tipos de solo (Argissolo Amarelo, Latossolo Vermelho e Nitossolo Vermelho eutroférrico); 2º Fator: plantas forrageiras (Brachiaria brizantha e Stylosanthes capitata) e o 3º Fator: doses de selênio (0, 10 e 20 g.ha-1), com 4 repetições e realização de dois cortes (30 e 80 dias após a uniformização) e os dados foram analisados pelo proc mixed do SAS (2004). Na primeira fase verificou-se que os solos avaliados apresentaram baixos teores de Se e consequentemente, a gramínea desenvolvida neles apresentaram teores considerados deficientes, confirmando a relação do Se no solo e na planta que, pode ser variável de solo para solo. Os teores no solo apresentaram correlação negativa com o teor de areia. A leguminosa apresentou maior capacidade de absorção uma vez que, as doses aplicadas nos solos não foram satisfatórias para que a gramínea atingisse teores foliares necessários para suprir as exigências do animal. No caso da leguminosa a dose de 10 g.ha-1 já foi suficiente para que a planta atingisse o teor requerido, porém o aumento dos teores de Se na parte vegetal foram acompanhados por uma significativa redução nos teores de proteína. As doses não modificaram a produção de massa seca, mas alteraram a composição química das plantas com interferência nos teores de Ca na gramínea e de Ca, S, Fe e Mn na leguminosa. A fertilização do solo com doses de até 20 g.ha-1 de Se em pastagens consorciadas com leguminosas pode favorecer o aumento do consumo de Se pelos animais, porém em um curto espaço de tempo. Em pastagens solteiras, somente com Brachiaria brizantha essas doses foram baixas assegurando a necessidade de mais estudos para que seja possível a recomendação de doses eficientes sem correr riscos de intoxicação do animal, ou mesmo da planta.