A tradução como ferramenta de revitalização entre os Potiguara (PB): a criação de neologismos nos contextos didático, literário e virtual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cabral, Dherek Rinaldi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8165/tde-09012025-124615/
Resumo: Os Potiguara são uma população indígena de cerca de 20 mil pessoas que habita o litoral norte da Paraíba. Falantes de uma língua da família tupi-guarani até pelo menos o século XVIII, perderam a sua língua por causa da colonização e da catequização impostas pelos colonizadores. Este trabalho procura analisar por uma perspectiva linguística e histórica os desdobramentos de um processo de revitalização linguística que se iniciou em 2000 a partir de um curso de formação de monitores bilíngues em tupi. As fontes para o conhecimento da antiga língua são documentos escritos por missionários, viajantes e indígenas ao longo dos séculos XVI e XVII. Passados mais de vinte anos, os Potiguara assumiram o protagonismo de sua revitalização linguística e, recentemente, estão produzindo novos materiais didáticos em que abundam os neologismos, isto é, criações lexicais para suprir uma demanda por itens lexicais que não foram registrados ou não existiam em sua língua original. Entre discussões sobre a autenticidade e inovação na língua a se revitalizar, este trabalho entende o processo de tradução que cria novos itens lexicais como parte de um contexto maior de retomada de território e retomada cultural, em que a língua se ressignifica e ganha mais espaço na demarcação da fronteira étnica e no modo de ser Potiguara no século XXI. As análises qualitativas e quantitativas dos neologismos presentes nesta dissertação, além das observações feitas em campo, indicam que o povo Potiguara deseja construir o seu futuro de forma bilíngue, transformando o tupi antigo dos documentos e materiais em uma nova língua, viva, dinâmica e refletora da sua realidade atual: o tupi potiguara